Insatisfeita com o seu corpo, Karina Bacchi decidiu que era hora de agir. Há um ano, a blogueira fitness, que comanda o Karina Bacchi Blog, mudou seus hábitos alimentares e começou a fazer exercícios físicos, o que a fez passar dos 56 kg para os 58 kg e reduzir a gordura corporal de 20% para 11%, trocando gordura por músculos. Aqui, ela conta como foi esse processo.
Marie Claire: Você passou por uma transformação física recentemente e ficou mais definida. Como você decidiu que queria mudar seu corpo?
Karina Bacchi: Eu encarei o espelho e vi o que realmente estava me desagradando. O tônus muscular já não era o mesmo e eu não tinha disposição, estava preguiçosa para tudo. Então, eu acordei e encarei tudo isso, foi assim que eu resolvi mudar meu estilo de vida completamente, não foi só uma questão física, foi um benefício para a saúde.
MC: Em algum momento sua forma física anterior chegou a afeitar sua autoestima e deixá-la muito insatisfeita?
KB: Eu não estava me sentindo à vontade, por exemplo, de ficar de biquíni. Eu vivia de canga na beira da piscina (risos). Até pra fazer uma foto para uma campanha de roupa de ginástica ou de biquíni, eu não me sentia à vontade, me incomodava. Eu ficava preocupada pensando: 'será que vai ter photoshop? Será que eu fecho a campanha?' Então, eu estava me sentindo insegura em relação ao meu corpo. Me escondia mais, usava um shorts comprido e dava desculpas para eu mesma, ia me enganando. Mas autoestima baixa nunca tive porque sempre procurei ver o lado positivo de tudo.
MC: Como foi o processo de transformação?
KB: Encarei como um desafio pessoal e procurei um nutrólogo, o Thiago Volpi. Também contratei uma personal trainer pela primeira vez, a Valéria Aprobato. Antes, eu não tinha rotina de exercícios (risos). Ia de vez em nunca na academia, não via resultados e isso acabava me desmotivando. No começo, estava comendo muito mais, fiquei até preocupada em engordar, mas foi contrário, aí que eu comecei a acelerar o meu metabolismo. Eu me alimentava mais vezes durante o dia, com porções menores, alimentos saudáveis e nos horários certos.
MC: Você já fez alguma loucura para alcançar o corpo ideal?
KB: Eu seguia aquela tese - que é completamente errada, mas muita gente acredita - que para ficar magra é preciso fechar a boca. Isso é um erro porque a gente acaba não se nutrindo direito, ficando sem uma série de vitaminas... A gente até fica magra, mas sem força e disposição. E quem vive de dieta não consegue ficar definida. Eu já fiz isso, eu fechava a boca quando achava que a roupa estava apertando e comia menos, tomava um suco no café da manhã e só fazia uma refeição no dia, o que me deixava de mau humor por causa da fome. Também já tomei remédio pra emagrecer que meu deu muito problema de estômago, então peguei trauma de tomar coisas por conta própria.
MC: Quanto tempo demorou pra você alcançar o seu corpo atual?
KB: Eu percebi uma grande mudança já no terceiro mês. Eu fiz muito intensivo, malhava seis vezes por semana com muito foco e determinação. Mas até hoje é um processo, não é algo que eu vá deixar de fazer até porque ainda tenho o que conquistar, quero ter mais força nas pernas e também adquirir mais resistências e fôlego, estou pensando em fazer uma aula de corrida. Faço exercícios aeróbicos poucas vezes na semana, de duas a três.
MC: Você se libera para comer aquilo que quer de vez em quando? Se sim, o que você gosta de comer nesse momento?
KB: Passo a semana pensando no que eu vou comer no meu dia livre (risos). O que eu mais sinto falta e tenho vontade é pão e queijo. Minha família é italiana, então eu adoro comer pão italiano. Eu libero algum doce também porque durante a semana é açúcar zero. Aí eu deixo para comprar essas coisas na sexta-feira para não correr o risco de querer comer durante a semana. Meu marido também treina e segue a dieta comigo, então a gente não tem porcaria em casa.
MC: Recentemente, você declarou no Instagram que congelou óvulos. Por que decidiu que faria isso?
KB: A minha tia é obstetra, foi por orientação dela. Eu falava que não tinha vontade de ter filhos e ela dizia que eu poderia mudar de ideia. Faz uns 4 anos que eu fiz. Eu e meu marido nos sentimos completos, somos felizes como estamos. Quando eu contei isso no Instagram, recebi muitos elogios porque disseram que as pessoas têm preconceito, acham que é uma obrigação da mulher ser mãe.
MC: Você também disse que deixou a carreira de atriz porque não se sentia mais vontade de fazer cenas de beijo. Se você recebesse uma proposta muito interessante para interpretar um papel, você toparia voltar a atuar?
KB: Não, nem pensar! Sou bem convicta sobre isso há anos. Eu já recebi convites, mas realmente não me sinto à vontade. Eu acho que um ator tem que estar disponível para fazer qualquer cena, não tem como eu entrar numa novela e pedir para o autor não escrever uma cena mais ousada.