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6 coisas que toda mulher deve saber sobre congelamento de óvulos

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AUMENTA A PROCURA POR CONGELAMENTO DE ÓVULOS NAS CLÍNICAS DE REPRODUÇÃO HUMANA (Foto: Thinkstock)

“Minha vida é uma loucura, trabalho de 12 a 14 horas todos os dias. Não conseguiria cuidar de um bebê e me recuso a ser uma mãe ausente. Por isso quero congelar meus óvulos.” Esta declaração foi dada recentemente por Sabrina Sato à Marie Claire, mas poderia ser de muitas mulheres brasileiras que optam cada vez mais pela gravidez tardia e fazem crescer a procura por congelamento de óvulos nas clínicas de reprodução humana.

São mulheres que desejam postergar a maternidade em prol da estabilidade econômica ou por priorizar a carreira até os 30 e poucos anos”, conta a Dra. Audrey dos Reis, médica ginecologista-obstetra, especialista em reprodução humana. “Fazem crescer a lista aquelas que, apesar do desejo reprodutivo, ainda não encontraram o parceiro ideal, e mulheres com problemas graves de saúde, como câncer, que necessitam de tratamento imediato, mas desejam preservar a fertilidade para realizar o sonho da maternidade assim que curadas.”

A blogueira fitness Karina Bacchi endossa o coro das favoráveis ao congelamento e admitiu há poucos dias, em sua conta do Instagram que, apesar de não ter o desejo de ser mãe, congelou os óvulos por precaução. “Fiz sob orientação médica para caso um dia eu mude de ideia e já não esteja tão jovem assim”, escreveu.

De olho nesta crescente, consultamos a especialista para esclarecer todas as dúvidas que ainda rondam o assunto.

1. PROCURE CONGELÁ-LOS ATÉ OS 35 ANOS
A marca dos 35 anos é importantíssima quando se trata de fertilidade feminina. É a partir desta idade, principalmente, que a reserva ovariana começa a diminuir gradativamente e os óvulos apresentam perda de qualidade. “Essas alterações são ainda mais significativas dos 40 anos em diante. Quando a mulher atinge esta idade, ela conta com apenas 8% da sua função reprodutiva. Por isso, o ideal é que o congelamento seja realizado antes deste período. Assim existe uma garantia de melhor qualidade oocitária, maior taxa de sucesso na gestação e menor incidência de doenças genéticas”, esclarece Audrey.

Apesar disso, a especialista não descarta o congelamento após os 35. “É provável que, neste caso, por apresentar uma reserva ovariana menor em decorrência da idade, a mulher tenha que realizar o procedimento mais de uma vez a fim de obter um número razoável de óculos para uma fertilização futura.

2. O CONGELAMENTO NÃO TEM PRAZO DE VALIDADE...
Executado o procedimento, Audrey garante que os óvulos podem ser mantidos congelados por tempo indeterminado. “A utilização será feita, então, no momento em que a paciente achar mais oportuno”, diz.

3. ...MAS ACONSELHA-SE QUE A FERTILIZAÇÃO SEJA FEITA ATÉ OS 50 ANOS
O Conselho Federal de Medicina assinou uma resolução, em 2013, que limita a fertilização in vitro a mulheres com menos de 50 anos. “Isso se deve a maiores riscos de complicações clínicas que possam acontecer na gestação em idade materna avançada”, explica. “As perdas gestacionais e a malformação fetal são diretamente proporcionais ao aumento da idade da mãe.

A partir dos 40, a gravidez já é considerada de risco, mas os problemas podem ser minimizados nesta idade caso os óvulos tenham sido coletados em idade jovem. Além disso, com o avanço das técnicas laboratoriais, pacientes submetidas a este tipo de fertilização podem avaliar geneticamente o embrião antes que ele seja transferido ao útero.

OS RISCOS DA GRAVIDEZ TARDIA DIMINUEM SE OS ÓVULOS TIVEREM SIDO COLETADOS DURANTE A JUVENTUDE (Foto: Thinkstock)



4. CONGELAMENTO DE ÓVULOS vs. CONGELAMENTO DE EMBRIÕES
Aqui, o raciocínio é simples, mas envolve decisões diferentes. Segundo a especialista, o congelamento de óvulos nada mais é do que o processo feito exclusivamente com o gameta feminino. “Assim que congelados, os óculos podem ser descongelados e fertilizados no momento em que a futura mãe achar mais oportuno”, conta ela.

Já o congelamento embrionário é resultado da fertilização in vitro prévia do óvulo pelo espermatozoide. Considerando que o embrião é produto da fecundação do gameta feminino pelo gameta masculino, quando o casal realiza o processo junto, normalmente, a decisão por descongelar o embrião costuma ser conjunta. O cenário só muda de figura quando a fecundação acontece com espermatozoides de um doador de sêmen anônimo. Neste caso, a decisão fica na mão da mãe.

5. A COLETA DOS ÓVULOS É FEITA SOB O EFEITO DE ANESTESIA LOCAL
Todo o procedimento começa dez dias antes da efetiva captura dos óvulos. “Inicialmente, a paciente é submetida ao uso de medicamentos responsáveis por estimular o crescimento folicular ovariano e a maturação dos óvulos. Esta etapa dura, em média, dez dias e não muda a rotina de vida da paciente. Assim que alcançamos um número adequado e o tamanho ideal de folículos, é programada a coleta dos óvulos”, explica Audrey.

A segunda etapa acontece em uma clínica especializada em reprodução humana por meio de um procedimento cirúrgico que exige o uso de anestesia e dura cerca de duas horas. “A punção ovariana é feita pelo canal vaginal e guiada por um ultrassom, que auxilia na localização dos folículos ovarianos. Os óvulos são capturados um a um. Em seguida, são encaminhados ao laboratório que avaliará o grau de maturidade e viabilidade de congelamento.”

Por conta da anestesia, o procedimento costuma ser indolor. “Entretanto, no pós-operatório imediato, a paciente pode sentir cólicas, que são geralmente discretas”, acrescenta ela.

6. PREÇO MÉDIO DO CONGELAMENTO
Apesar de ser de extrema importância para algumas mulheres, o congelamento de óvulos ainda não é uma técnica muito acessível. “A média do mercado está entre R$ 6 mil e R$ 10 mil”, esclarece Audrey. Mas alguns hospitais oferecem o tratamento de fertilidade pelo SUS, como o Pérola Byington, que tem programa gratuito de congelamento de óvulos para pacientes com câncer.

“O Instituto Ideia Fértil, da Faculdade de Medicina do ABC, tem um projeto de cunho social sem custos para pacientes com doenças graves que necessitam da preservação da fertilidade antes do início do tratamento da doença”, acrescenta Audrey. Para consultar todos os locais que oferecem o procedimento, vale entrar em contato com o Disque Saúde, no 136.

 


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