No fim de janeiro, Débora Bloch, de 51 anos, recebeu Marie Claire para uma longa entrevista com o propósito de divulgar a novela, "Sete Vidas", que estreou na segunda-feira. Ela revelou ter ficado hesitante sobre o papel, uma mulher no limite da idade para ser mãe. Leia a seguir um trecho da entrevista.
Marie Claire - Em Sete Vidas sua personagem fica grávida. Você tem 51 anos e foi mãe pela última vez há 17. Interpretá-la é um desafio?
Débora Bloch - A Lígia é uma jornalista que está no limite da idade de poder ser mãe e se descobre grávida. Ela foi educada para ser independente e acabou deixando a família em segundo plano. Só que o relógio [biológico] dela está apitando e Lígia pede licença do jornal para se dedicar a isso. Quando li a história, falei para a Lícia Manzo [autora]: ‘Será que dá para eu fazer uma grávida?’. Depois me dei conta de que a minha irmã [a relações públicas Deni Bloch] engravidou espontaneamente aos 46 anos. A maternidade tardia é uma questão supercontemporânea, as mulheres estão adiando a maternidade cada vez mais. Além disso, a trama trouxe outros temas desconhecidos e desafiadores para mim. A novela é sobre filhos gerados com sêmen doado. Embora eles não possam conhecer o doador de esperma por meio do laboratório, podem conhecer os irmãos e novas famílias estão se formando a partir disso.
MC- Você faria inseminação artificial com banco de esperma?
DB - Se não pudesse ter tido meus filhos como tive, acho que sim.
MC - Amora Mautner, diretora da Globo, disse em uma entrevista à Marie Claire que era difícil convencer atores a trabalhar em novela das 6 e contou que usou um sapato Loubotin para te convencer a entrar em Cordel Encantado (2011).
DB - É tudo mentira! A Amora perde o amigo, mas não perde a piada. Sorte dela que tenho humor [risos]. Na época, eu queria fazer uma peça e ela brincou: se eu topasse fazer a novela, me dava o sapato _nem era Louboutin. Agora você acha que vou fazer uma novela por causa de um sapato? Mas o que acontece é que as tramas das seis são mais românticas e ingênuas. As novelas das 9 têm personagem mais complexos, talvez por isso os atores as prefiram. Mas não ligo para isso. Cordel foi um dos trabalhos que mais gostei na minha carreira, era ousado, original.
MC E o mais feliz, foi TV Pirata (de 1988 a 1990)?
DB Foi um deles. Lá encontrei minha turma na televisão, o programa tinha uma irreverência, um pensamento crítico e um humor parecido com o que fazia no teatro. Fora que foi uma faculdade, trabalhei com meus ídolos de adolescência: Regina Casé, Marco Nanini, Ney Latorraca, Diogo Vilela, Louise Cardoso, Cristina Pereira e Claudia Raia, que como eu, era mais nova.
A entrevista completa com Débora Bloch está na edição de março de Marie Claire que está nas bancas.