Grazi Massafera foi muito criticada quando estreou como atriz em Páginas da Vida (2006), novela de Manoel Carlos, já que nunca tinha se imaginado nesta profissão, mas deu uma virada em sua carreira quando foi indicada como melhor atriz ao Emmy Internacional pelo papel de Larissa em Verdades Secretas (2015).
Além deste, ela foi indicada a diversos outros prêmios, muitos deles levou para casa, mas apesar disso não tinha plena confiança que era uma boa profissional. No ar como a protagonista Paloma de Bom Sucesso, paranaense diz que se boicotava muito e agora tem vivido um sonho.
“Eu estou vivendo muito mais Paloma do que eu mesma porque vou para casa só para dormir. Estou vibrando na energia do merecimento pela primeira vez porque antes eu sempre me boicotava, quem não faz isso? Eu não sabia receber elogios, estou aprendendo com essa personagem e com esse momento de carreira que estou vivendo. Eu sei que a nossa vida é de muita ralação. Parece glamour, e até eu quando almejei virar atriz, pensei: ‘vou viver de boa’. Mas não é. Para quem realmente leva a sério, quer crescer e ter essa profissão não só para a vaidade, é uma profissão dura, mas também muito prazerosa”, comenta.
Grazi ainda explica que achava que não merecia os elogios que recebia e sempre pensava que a pessoa gostava muito dela ou queria apenas “puxar o saco”.
“Eu nunca achava que merecia e existiu um trabalho interno para eu vibrar no merecimento. Porque eu achava que merecer era prepotência, ego. Mas é de outro lugar, então estou descobrindo esse outro lugar e estou colocando em prática”, completa.
Feliz e radiante, a atriz afirma que tem vivido um momento de alegria sem tamanho principalmente porque sua personagem é uma costureira e esta é uma singela homenagem à sua mãe, Cleuza Sores, que exerceu por muitos anos esta mesma profissão.
“Eu escutei barulho de máquina de costura a minha infância toda, faz parte da minha memória afetiva. Eu sei mexer na máquina, vivia nos pés da minha mãe fazendo roupinhas de boneca. Ela costurando em cima e eu embaixo. Minha avó também foi costureira, então isso é de família. Eu sei fazer algumas coisas também”, se recorda.
No início da novela, Paloma achava que morreria em seis meses, pois recebeu um diagnóstico errado e isso trouxe para a vida Grazi a empatia de entender melhor as histórias de dor e sofrimento da vida real.
“Você encontrar na rua pessoas que se identificam, se emocionam. Outro dia chegou para mim uma moça no aeroporto e disse que está passando pela mesma situação da Paloma, mas diferentemente da personagem, não saiu quebrando tudo. Eu abracei a mulher e quase comecei a chorar também. Chegar até as pessoas e resinificar momentos difíceis com uma novelinha tão leve, isso é que faz sentido para mim hoje em dia, não é mais o dinheiro. Estou bem, acho que hoje me faz sentido ajudar ressignificar pequenas coisas, e um projeto como esse está ajudando tantas coisas porque além dos livros, as pessoas estão recebendo isso de outra forma”, comenta.
Fã dos colegas
Em Bom Sucesso, a atriz tem trabalhado lado a lado de Antonio Fagundes que divide com ela a responsabilidade de contar uma história bonita entre dois amigos. Grazi gosta de salientar que, independentemente do triângulo amoroso com Ramon (David Jr) e Marcos (Romulo Estrela), a história mais importante a ser narrada é a amizade.
“Para mim, a trama da Paloma com o Alberto é a grande história da novela, o que é muito bacana por quebrar estereótipos. Estar do lado do Fagundes, agora falando sobre o ator, é sensacional, e fazendo uma coisa que ele está encantado, que é falar sobre livros. Para mim é uma formação que venho conquistando diariamente no meu trabalho, por estar do lado de um ícone como ele, me dá muita honra”, elogia.
Outros dois atores que ela confessa ser fã de carteirinha é de Fabíula Nascimento e de Armando Babaioff, que interpretam o casal Naná e Diogo, para quem ela já declarou toda sua admiração.
“Esses dias eu falei isso para a Fabíula porque sou fã dela. Comecei a olhar para ela e falei ‘ai meu Deus’. Tenho muita admiração pela minuciosidade com a qual ela cria cada personagem, e estando aqui dentro a gente observa mais de perto. Talvez para o público isso registra de outra forma. Fico ali olhando os detalhes que ela coloca. O Babaioff é outro, que faz diferente até no jeito de fechar a porta, de mascar o chiclete. E fico observando nos colegas esses detalhes que são preciosos e não estão no texto.”