A rapper McSoffia tem apenas 16 anos mas já questiona padrões de gênero e raças em suas letras. Dona de hits como Menina Pretinha, sobre aceitação para as meninas negras e Money, música que destrói os esteriótipos de pessoas negras como pobres, ela pretende variar ainda mais nos temas que canta. Em entrevista exclusiva à Marie Claire, a cantora diz que pretende, daqui alguns anos, abordar o amor entre pessoas negras.
Soffia é convidada de Melissa para comemorar os 40 anos da marca e relançamento do tênis Speed. Em um papo com a entrevistadora e colunista de Marie Claire, Babi Thomaz, Soffia, ela sobre diversos temas que permeiam a vida e a cabeça de uma adolescente cheia de garra para mudar padrões e crenças de uma sociedade atual tão necessitada. Confira nosso bate papo com a rapper e o vídeo da cantora respondendo a 40 questões:
MARIE CLAIRE: Você trouxe diversos temas na sua música. Negros ricos, dança, beleza… Quais outros temas pretende abordar?
MCSoffia: Eu pretendo abordar quando for maior mais velha coisas de preto com preta. Sabe? Uma música mais romântica, mais adulta. Além de contar um pouco mais sobre o que nós negras passamos. A gente pode querer ter namorado, mas mais para a frente… Pretendo abordar também outros temas para ter fitting com outras pessoas famosas também.
MC: Sendo jovem mulher negra qual o maior desafio que você enfrenta? Como lida com isso?
S: Sendo jovem, mulher e negra, isso por si só já é um desafio. Mas, maior ainda, é o machismo, o racismo. Tudo em “ser mulher” e “ser negra” já é um grande desafio. Então, nessa própria pergunta, já vem o desafio. A gente precisa sempre estar lutando, sempre feliz com a nossa cor, com o cabelo, com o corpo. Temos que nos auto afirmar a toda hora. As pessoas querem sempre nos rebaixar, então temos sempre que estar forte e lutando para que isso não aconteça mais.
MC: Suas inspirações tem mudado quanto mais você cresce? Quais são elas?
S: Minhas inspirações vão mudando sempre. Agora, por exemplo, são mais sobre os traps americanos, mas as mulheres americanas também me inspiram muito. Acho que meu gênero musical também muda bastante. Sou uma cantora de rap, mas posso abranger todos os ritmos. Eu posso cantar funk, brega funk, axé…Tudo isso e o movimento hip hop. Eu sou, acima de tudo, cantora.