Em ritmo lento, mas constante, a americana Faith Dickey, de 25 anos, cruza a estreita linha que une duas montanhas a centenas de metros de altura, com uma paisagem deslumbrante abaixo dos pés. Só tem um detalhe: entre os pés propriamente e a corda, há outros 15 centímetros do salto que a equilibrista usa em sua façanha.
A apresentação, de tirar o fôlego, acontece no Encontro de Mulheres Equilibristas na República Tcheca, que Faith, americana de Austin, Texas, realiza todos os anos. Ela tem ao seu lado duas tchecas também viciadas na adrenalina de se equilibrar nas alturas, presas apenas por um elástico atando um pé à corda. Basia Sobanska, 27, e Ela Ostrowska, 26, no entanto, usam outros acessórios na performance que não o salto alto.
“Eu procuro encontrar humor nos estereótipos: uma vez que ninguém nunca havia tentado andar na corda bamba usando saltos, eu decidi fazer. Se equilibrar já é difícil e andar de salto também, então combinar as duas coisas é um desafio”, disse a americana à agência Grosby Group. Ela define a experiência como “meditativa”, já que é preciso aprender a controlar o medo e manter a calma mesmo com os altos níveis de adrenalina.
Equilibrista profissional, Faith comeceu a se equilibrar sobre fios há cinco anos e viaja o mundo participando de competições. “As mulheres se inspiram vendo outras fazendo este tipo de atividade. Eu me esforço para representar elas e também fazer com que outras façam o mesmo”, diz. Segundo ela, o evento anual foi criado para que as mulheres tenham a oportunidade de ser maioria na atividade, fazendo com que se conectem e apoiem umas às outras, não importa o nível em que estão.