Um inglês recém-casado que teve seis paradas cardíacas durante a lua de mel após contrair um vírus raro comemorou a passagem de ano com um coração novo –além da chegada de seu primeiro filho.
Andrew Britton, de 34 anos, passou quase um ano na fila de espera por um transplante de coração, sua única chance de sobreviver. O doador apareceu em setembro, um mês antes de ele e a esposa, Lauren, 33, descobrirem que ela esperava o primeiro filho do casal –a despeito de os médicos terem alertado que a forte medicação poderia tornar o rapaz infértil.
O filho do casal, Frank Fabio, nome dado em homenagem ao cirurgião que fez o transplante de coração de Andrew, nasceu em outubro. A família de Buckinghamshire celebrou o Natal e a passagem do ano com o primeiro filho como se fosse um milagre.
“Eu passei de uma situação de achar que meu marido fosse morrer e que nunca seria mãe para outra em que celebrei Natal e Ano Novo com as duas pessoas mais importantes da minha vida: meu marido agora saudável e nosso lindo filho”, disse Lauren ao diário britânico “The Mirror”.
“Perdi as contas de quantas vezes pensei que Andrew não estaria aqui neste fim de ano. Nos sentimos muito gratos à família do doador e ao melhor presente de fim de ano que podíamos ter recebido. É surreal.”
RESSACA
Andrew sentiu-se mal pela primeira vez poucas horas depois de o casal ter chegado às Ilhas Maldivas para a lua de mel, um dia depois do casamento, em 2012. No início, os dois acreditaram que os sintomas era efeito da ressaca da festa, mas o estado de saúde do ingles piorou muito e ele foi levado a um hospital.
Com batimentos muito acelerados, os medicos disseram a Lauren que o recém-marido poderia morrer se não fosse levado a um hospital especializado em Bancoc, na Tailândia. Lá, ficou internado por seis semanas em estado grave, até que tivesse condições de realizer a viagem de volta à Inglaterra.
Neste meio tempo, os exames apontaram que Andrew sofria de uma inflamação do miocárdio causada por uma infecção viral. O jovem sobreviveu a seis ataques cardíacos antes da viagem de volta.
Já na Inglaterra, ele foi submetido a uma cirurgia para implantação de um dispositivo para regular o bombeamento de sangue no coração, enquanto os medicos alertavam a família de que sua única chance de sobreviver seria um transplante.
O medico que cuidou do ingles, Fabio De Robertis, disse que a cirurgia deu uma sobrevida ao paciente, mas que o implante tornaria o transplante de coração ainda mais arriscado.
INFERTILIDADE
A espera pelo órgão durou um ano, em que as condições de saúde de Andrew pioravam dia a dia. Após o bem sucedido transplante, o casal foi avisado pela equipe que uma das consequências do tratamento é que o jovem não poderia ser pai devido aos efeitos da medicação.
“Queríamos muito ter filhos logo depois que casássemos e, quando começamos a falar sobre tratamentos de fertilidade, eu descobri que estava grávida”, conta Lauren, que narrou a experiência do casal no livro “Strength in Strangers”, ainda sem tradução.
Segundo ela, a renda com a venda do livro será doada ao hospital que atendeu Andrew, como forma de “retribuir tudo o que eles fizeram por nós”.