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Desmistificando o Botox: 10 perguntas para você entender de uma vez como funciona a toxina botulínica

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Reneé Zellweger em 2003 (à esquerda) e em 2014 (Foto: Getty Images)

Já é lugar comum acusar a toxina botulínica como a vilã de intervenções estéticas mal sucedidas. Neste ano, por exemplo, ela foi apontada como uma das culpadas pelo “novo” rosto de Reneé Zellweger, que causou surpresa e indignação ao surgir com uma aparência bastante diferente da solteirona Bridget Jones, personagem que a consagrou.

Marie Claire conversou com o cirurgião plástico Samuel Gallafrio, da Faculdade de Medicina da USP, para esclarecer as dúvidas sobre uso e os riscos do Botox, nome de uma das marcas que comercializa a substância.

O produto é aplicado por meio de injeções, que devem ser feitas por um médico especializado. "Verifique se de fato o médico possui título de especialista naquela área e se seu treinamento e formação o habilitam a aplicar a toxina botulínica", recomenda Gallafrio.

1. Como o produto age?
Quando a musculatura sob a pele está contraída, tensa, a pele se dobra na superfície, gerando sulcos, diferenças de relevo, que são as rugas. Por outro lado, quando essa musculatura está relaxada, a pele mantém-se lisa. Com o tempo, a cútis passa a apresentar lesões na camada mais profunda (derme), como se quebrasse. Essas “quebras” tornam-se rachaduras profundas, que se intensificam quando a musculatura contrai, mas não desaparecem com a musculatura relaxada, são as rugas “definitivas”.

A molécula da toxina botulínica tem a capacidade de bloquear a musculatura da região em que é aplicada. Por esse motivo, pode ser utilizada para fins estéticos e também no tratamento de assimetrias em paralisias faciais, hiperidrose (suor intenso nas mão e pés), distúrbios na bexiga, entre outros problemas de saúde.

2. O que significa “Botox preventivo”?
Quando aplicamos a toxina em uma paciente mais jovem, com a pele ainda intacta, sem rugas “definitivas” por lesões profundas na derme. O intuito é evitar dobras nos mesmos lugares que gerem vincos profundos. Mas a aplicação não é somente preventiva. Ela é também terapêutica.

3. Qual idade certa para começar a usar o produto?
O uso pode ser feito em qualquer idade adulta, desde que tenhamos claro em nossa mente a expectativa e o resultado para cada faixa etária e paciente. Quanto mais profunda a ruga, maior o contraste de luz e sombra. Ainda que tenhamos uma ruga profunda, “definitiva”, o relaxamento da musculatura subjacente reduz sua profundidade, disfarçando a presença delas.

4. Para qual tipo de ruga ou linha de expressão ele funciona melhor?
As rugas mais rasas desaparecem com a aplicação da toxina, enquanto as linhas de expressão mais profundas apenas amenizam.

5. Em quais regiões do rosto o produto é mais eficaz?
O produto é mais eficaz nas partes em que há intensa atividade muscular, com formação de linhas de expressão. Testa (fronte), espaço entre as sobrancelhas (glabela), região logo acima das sobrancelhas, lateral dos olhos e queixo (área do mento).

As rugas mais rasas desaparecem com a aplicação da toxina botulínica (Foto: Think Stock)

6. Qual diferença entre toxina botulínica e ácido hialurônico?
São produtos completamente diferentes. A toxina tem a função de relaxar a musculatura, amenizando rugas. O ácido hialurônico é um preenchedor, utilizado para dar volume em regiões em que é aplicado. Em linhas de expressão muito profundas, como o sulco naso-geniano, conhecido como bigode chinês, o ácido hialurônico tem seu papel. Nos pés de galinha em torno dos olhos, a indicação é o uso da toxina botulínica. São problemas bastante distintos.

7. Toxina botulínica pode causar algum tipo de deformação?
Não. O edema (inchaço) é possível nos primeiros dias de aplicação, mas é raro e não definitivo. Deformações causadas pela toxina botulínica são extremamente improváveis. No entanto, se não aplicada com cautela e conhecimento pode gerar assimetrias como diferenças de altura das sobrancelhas, queda das pálpebras, paralisias faciais transitórias, além de efeitos desagradáveis, como incontinência dos lábios, levando a paciente a perder o conteúdo intra-oral (babar).

8. Há limite de quantidade?
Não está estabelecido um limite tóxico para a aplicação da toxina botulínica, mesmo porque, a aplicação é local, com atividade restrita à região onde é aplicada. O bom senso do médico é fundamental nesse sentido.

9. O produto pode causar alergia?
Sim. É um complexo proteico, que pode causar reação alérgica, embora a ocorrência seja bastante rara. Por isso, é importante conversar com seu médico e contar seu histórico de alergias.

10. Com o tempo, o organismo cria resistência à toxina?
Em alguns casos, o tempo de ação pode ser reduzido. Isso é mais comum em pacientes que utilizam rotineiramente a toxina botulínica e em quantidade considerável. De uma forma geral, a ação persiste com certa uniformidade.


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