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"Essas mães pagam com culpa e dor toda sua vida", diz Eliana sobre crianças que morreram esquecidas no carro

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MÃES QUE ESQUECEM O FILHO NO CARRO MERECEM UMA PUNIÇÃO? (Foto: Thinkstock)

Nas duas últimas semanas, três crianças morreram, em casos diferentes, depois de terem sido esquecidas por horas dentro dos carros de seus pais. Em dois deles, as mães estavam com a responsabilidade dos filhos no momento em que ocorreu a tragédia.

A mineira Renata Barbosa tinha que levar a filha à creche, mas, em vez disso, foi para o trabalho. Após o expediente, cinco horas mais tarde, ela foi buscá-la e, somente lá, descobriu a tragédia: o corpo da filha, ainda no carro.

No outro episódio, Cláudia Vidal da Silva, que fazia transporte irregular de crianças, esqueceu Gabriel de Oliveira, de dois anos, no carro e entrou em um salão de beleza, na zona norte do Rio. Após duas horas, a criança morreu. A história causou ainda mais repercussão porque a mulher mentiu em seu primeiro depoimento à polícia, quando afirmou ter tido um mal súbito e que, ao acordar, percebeu a morte do menino.

O terceiro caso aconteceu em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. O funcionário público Rodrigo Machado pegou a filha na avó e deveria deixá-la na creche. Ele acabou indo direto ao trabalho, esquecendo a menina no carro. Como o caso de Minas, o pai apenas percebeu a morte dela quando chegou à escola.

Os três podem ser julgados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Em casos como esse, o Código Penal prevê o perdão judicial, quando as consequências do crime, como a perda do filho,são tão graves para o responsável que qualquer punição penal se torna irrelevante.

Marie Claire conversou com mães famosas e blogueiras especializadas em maternidade para comentar esses casos.

"Essas mães pagam com culpa e dor toda sua vida a partir do momento em que perdem um filho assim. A punição e a auto punição vêm em decorrência do próprio fato. Acredito que esses episódios sirvam para a gente parar pra pensar porque mães estão esquecendo filhos. Que vida temos vivido que nos leva a esse ponto?", Eliana Michaelichen, 41, mãe de Arthur, 3 anos.

"Difícil opinar sobre isso porque é incontestável a dor dessa mãe pela culpa e pela perda. Não me sinto capaz de julgar um punição judicial pra uma situação dessa", Daniela Suzuki, 37, mãe de Kauai, 3 anos.

"Acho que a punição maior essas mães já vão ter para o resto da vida. Não deveria ter [uma punição judicial]. É uma tragédia. A gente não está na cabeça da pessoa para saber o que se passa. Às vezes, a pessoa está superacelerada com trabalho, estressada. A vida dela nunca mais vai ser a mesma. Acho que essa é a pior punição possível", Juliana Silveira, do blog Just Real Moms.

“Se for comprovado que houve alguma negligência, acho que a pessoa tem que ser punida sim. Mas acredito que não tem intenção, nenhuma mãe deve querer que o filho morra de uma maneira dessas. Na correria, uma delas não tinha costume de levar a criança à escola... É algo que a gente não consegue admitir, mas acontece muito. A pessoa já vai se punir tanto que não tem o que fazer. A punição é dela com ela mesma”, Patrícia Perri, do do blog Maminforma.


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