O corpo de Deborah Secco sempre deu o que falar. Quando a atriz apareceu com 14 kg a mais enquanto filmava "A Estrada do Diabo", que estreia em 2015, houve uma comoção nas redes sociais e sites de celebridades: “Só se falava na ‘Deborah gorda’”, lembra ela. “As pessoas diziam que eu nunca mais iria trabalhar”.
A atriz garante não se importar com os comentários: faz tudo por um bom papel, inclusive mudar radicalmente o corpo. Tanto que, antes de engordar, havia emagrecido 11 kg para viver a soropositiva Judite de "Boa Sorte", filme com estreia prevista no próximo dia 20, dirigido por Carolina Jabor, com Fernanda Montenegro no elenco e baseado no conto “Frontal com Fanta”, de Jorge Furtado. À Marie Claire, ela falou sobre o longa que mudou sua vida.
Marie Claire - É possível interpretar uma viciada soropositiva sem se abalar emocionalmente?
Deborah Secco - Não. Conversei com pacientes terminais e, ao falar com uma menina alegre de 8 anos, perguntei: “Como você consegue ser tão feliz?”. Ela disse, na lata: “Faço tudo o que quero, diferentemente de você, que não sabe quando vai morrer. De repente você morre antes que eu”. Ela acabou comigo!
MC - O que mudou a partir daí?
DS - Minha vida inteira! Eu me separei [do jogador Roger Flores, com quem foi casada por quatro anos, até abril de 2013]. Tudo o que era médio não me servia mais. Não quero ficar com alguém só pra esfregar na cara das pessoas. Não me contento com uma mentira.
MC - O que mais mudou com essa separação?
DS - Deixei de esconder meu lado romântico. Quero algo que me tire do chão, que me faça tremer, que me leve pra outro lugar. E minha vontade de construir uma família triplicou. Quero achar o amor da minha vid e ter filhos.
MC - Se imagina parando de trabalhar pra ficar cuidar dos filhos por um ou dois anos?
DS - Me imagino ficando cinco anos só com eles! Quero muito ser mãe e as crianças crescem rápido.
MC - E nas pequenas coisas, o que mudou?
DS - Não durmo mais brigada com minha mãe, meu pai ou meus irmãos. E digo “Eu te amo” no mínimo umas dez vezes por dia. Se alguém me pede pra bater foto comigo, faço com o maior prazer, porque sei que esse pode ser o momento mais feliz do dia de alguém.