Aos 29 anos, a americana Brittany Maynard não tem mais chances de lutar por sua vida por conta de um câncer terminal no cérebro. Ela decidiu a forma como vai morrer e a data: dois dias depois do aniversário do marido. Sua luta é para que outros doentes também tenham a oportunidade planejar o invevitável fim.
Maynard lançou, na segunda-feira, uma campanha na internet chamada Compassion & Choice na qual luta para que a legislação americana seja alterada para que pacientes como ela possam decidir como querem terminar seus últimos dias.
Desde o diagnóstico, no início deste ano, a jovem se tornou uma ativista da causa ao criar The Brittany Fund, uma fundação que luta pelo direito de morrer com dignidade.
Apenas 5 estados americanos possuem leis do tipo, como é o caso de Oregon, local para onde se mudou após deixar São Francisco.
Desde 1997, quando a lei Death with Dignity Act (Morte com Dignidade, em tradução livre) foi aprovada em Oregon, cerca de 500 pacientes terminais conseguiram o direito de encerrar suas vidas.
Washington, Montana, Vermont e Novo México também possuem legislações semelhantes, mas para Maynard isto não é o suficiente. "Atualmente, é uma escolha disponível para poucos americanos, o que é antiético".
No dia 1° de novembro, Maynard planeja tomar uma pílula receitada por seus médicos e morrer na cama que partilha com o marido enquanto ouve sua música preferida.
Ela ressaltou, no entanto, que o ato não tem relação com suicídio. "Não há uma célula suicida em meu corpo ou que queria morrer", afirmou à revista "People". "Quero viver. Gostaria que houvesse uma cura para esta doença, mas não há."
A americana afirmou tomou a decisão de tirar a própria vida antecipadamente para não sofrer no estágio final da doença. "Não tenho nem como descrever o alívio que tive ao saber que não terei que morrer da forma como foi descrito [pelos médicos]", contou em um depoimento divulgado em um vídeo no YouTube.
Antes de falecer, a americana está viajando por locais históricos dos Estados Unidos ao lado do marido. Ela prometeu reencontrar a mãe em Matchu Pitchu, no Peru, em espírito, quando a mulher viajar para o país.