Talentosa e batalhadora, Camilla Camargo continua a crescer como atriz. Depois de estrear na televisão, na novela "Em Família", a filha de Zezé Di Camargo dá agora seus primeiros passos no cinema. No longa "A Travessia", dirigido por João Gabriel, ela interpreta Marina, uma jovem de classe média alta que se encanta com o mundo das festas e, com o namorado, vivido por Caio Castro, cai nas drogas. O casal protagoniza ainda cenas quentes no filme. À Marie Claire, a atriz, que completa 29 anos no mês que vem, fala sobre a nova fase, dos próximos projetos e do sonho de construir uma família.
Marie Claire: É sua primeira protagonista no cinema e é uma personagem intensa. Teve alguma preparação para interpretá-la?
Camilla Camargo: Tivemos uma preparação com a Silvana Matteucci. A personagem vive em meio a drogas e tinham cenas em rave, e eu nunca fui para uma rave, então nós precisávamos estar preparados para isso. Eu e o Caio também tivemos que aprender o sotaque baiano, porque o filme se passa em Salvador, onde ficamos mais de um mês.
M.C.: O Caio Castro é seu par romântico no longa e vocês já eram muito amigos antes de contracenarem juntos. Se sentiu mais à vontade em gravar as cenas sensuais com ele por já conhecê-lo?
C.C.: Claro! Isso ajudou, sim. O Caio foi um parceiro incrível, supergeneroso comigo, uma pessoa muito legal mesmo, sabe? Ele me dava força, dicas, me apoiava, então foi muito mais fácil de fazer as cenas, nós tivemos uma parceria.
M.C.: Quando você contou para os seus pais sobre a personagem com uma história complicada e as cenas de nudez, como eles reagiram?
C.C.: Os pais ficam com um pouco de medo sobre como vai ser, não sabem como vão encarar. Para eles é um pouco estranho ver a filha sensual na telona, não é nem na telinha (risos). Mas eles sabem que esse é meu trabalho, então respeitam e entendem.
M.C.: Você gravou cenas nua no filme, que é um grande desafio na carreira de uma atriz. Como enxerga este momento na sua carreira?
C.C.: Quando existe uma personagem ou um momento na dramaturgia que é justificado, neste caso a nudez, acho muito válido. Fico feliz em ter a oportunidade de fazer uma personagem diferente de mim, com uma trajetória densa e um conflito bacana. Acho que a graça da carreira de ator é esta: fazer personagens diferentes. E contei com um apoio da produção, da direção, da preparadora e até do próprio Caio para gravar as cenas nua. Eles foram muito respeitosos e tiveram um cuidado muito grande e uma preocupação para que nós ficassemos relaxados para correr da forma mais natural possível.
M.C.: Você veio de uma família de artistas, apesar disso, já declarou que luta pelo seu trabalho e sucesso. Acha que as pessoas têm preconceito por você ser filha de famoso?
C.C.: Hoje as coisas estão melhores, mas já passei por situações complicadas, principalmente no início. Ser filha de famoso tem os dois lados, né? O lado bom é que desde nova eu vivo nesse meio, então eu sou acostumada com a mídia e a crítica. Mas existe também o outro lado da moeda que é sempre exigirem mais de você e ter que provar duas vezes mais que você está lá por mérito próprio, que batalhou, que fez o teste como todos, que foi escolhida pelo seu trabalho e não por outros motivos. Se tem um lado ruim, eu diria que é este.
M.C.: Você está com outros dois projetos que são as peças "Pequena Mentira Enfeitada" e a "Selena". Pode falar um pouco sobre eles?
C.C.: A "Pequena Mentira Enfeitada" é sobre a mitologia grega e a relação dela com os dias de hoje, nas nossas profissões, no meio de comunicação. Ela mostra como seriam os deuses humanizados atualmente e principalmente nos meios de comunicação que são mais persuasivos. A estreia em São Paulo está prevista para o dia 5 de dezembro. A "Selena" também vai ser uma peça e foi uma iniciativa minha, mas ainda está muito no começo. Eu sempre fui muito apaixonada pela cantora Selena e sempre tive vontade de fazer uma homenagem à ela porque acho que as pessoas a conhecem pouco. Pensei que este é momento certo porque no ano que vem faz 20 anos que ela morreu [ela foi assassinada aos 23 anos]. É uma história de vida tão curta, mas tão linda. Já comecei com o pé direito porque consegui uma parceria com o Walther Negrão, que também adora ela. Estamos em fase de desenvolvimento, mas a previsão é para 2015.
M.C.: Você completa 29 anos no mês que vem. Diria que hoje é uma mulher realizada? Pensa em se casar e ter filhos?
C.C.: A gente vai se realizando, né? Sempre almejamos coisas novas, diferentes, mas eu sou realizada porque tenho uma família linda e trabalho com o que eu amo. Estou solteira e feliz, em um momento da minha vida profissional muito bom. Se tiver que aparecer alguém, vai aparecer, mas na hora que tiver que ser, sem pressa, as coisas vão acontecer naturalmente. E ainda continuo com o sonho de casar e de ser mãe, sempre quis ter dois filhos e adotar mais um.