Em busca de um corpo ideal, você provavelmente já fez mais de um tipo de dieta e mesmo assim não atingiu o resultado esperado. Pular refeições, cortar um grupo alimentar e apostar em um cardápio muito restritivo são ações comuns. Mas será que elas funcionam? Conversamos com Pedro Assed, endocrinologista e pesquisador do Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares da PUC-RJ e ele esclareceu dez dúvidas frequentes sobre dietas:
1. A genética pode influenciar no peso?
A genética é um fator que pode contribuir decisivamente para o ganho de peso, mas sozinha ela responde por uma parcela pequena das causas de obesidade. Além dos fatores genéticos, o ganho de peso tem associação de outros fatores, como sedentarismo e ingestão de dietéticos que implicam no ganho de peso.
2. Dietas ricas em proteína e com pouco carboidrato são um jeito saudável de perder peso?
A dieta hiperprotéica é uma das que podem ser usadas para perda de peso, desde que feita sob supervisão de um médico ou nutricionista e não por mais que 60 dias, pois pode sobrecarregar os rins.
3. As dietas vegetarianas são mais saudáveis do que as carnívoras?
Não há até o momento nada que comprove essa afirmativa. Uma dieta nutricionalmente adequada não faz restrição de nenhum grupo alimentar, por isso não se pode afirmar que a dieta vegetariana seria melhor ou mais saudável. As dietas vegetarianas, quando seguidas a longo prazo, podem implicar em carência de proteínas de origem animal, encontrados nas carnes, além de outros nutrientes como cálcio, vitaminas do complexo B e ferro.
4. Fazer refeições pequenas e frequentes acelera o metabolismo?
Sim , isso é verdade. A alimentação frequente acelera a termogênese (formação de calor) na digestão dos alimentos. O aumento da formação de calor a partir da digestão acelera o metabolismo, por isso é importante se alimentar de 3 em 3 horas.
5. A dieta pode diminuir o seu estômago?
Não, nenhuma dieta pode diminuir o órgão. O que diminiu depois de um tempo fazendo dieta é a sensação de saciedade. Você se sente saciado mais precocemente e com menor quantidade de comida.
6. Exercícios anulam maus hábitos alimentares?
Não, exercícios podem até queimar aquelas calorias ingeridas com aqueles alimentos mais calóricos, mas não anula os efeitos ruins que os maus hábitos alimentares têm no organismo. Uma alimentação desequilibrada pode levar à retenção de líquidos, cansaço e indisposição, mesmo associada à prática de atividades física.
7. Legumes e verduras cruas são mais saudáveis do que cozidos?
Sim, pois conservam mais nutrientes que a forma cozida, porém ambos têm a mesma quantidade de calorias.
8. Se perder peso rápido demais, vou recuperá-lo?
Provavelmente sim. Mudanças bruscas de peso são desaconselhadas, e tem maior chance de levar ao efeito sanfona. As perdas de peso duradouras são aquelas que ocorrem de uma maneira equilibrada, na média de 2 a 4 kg por mês é considerado saudável. Tratamentos em que a perda de poeso é muito grande e rápida provavelmente vão fracassar, ou seja, porque depois se a pessoa não consegue não manter um mínimo de planejamento sobre dieta e atividade física, ela está poderá ganhar peso novamente.
9. Não devo comer antes de dormir?
Isso é mito. A alimentação correta deve ser feita em horários fracionados e isso inclui a realização de uma ceia, que é uma refeição (mesmo que pequena) próxima ao horário de dormir. Porém, à noite o corpo se prepara para desacelerar o metabolismo e, por isso, é melhor não comer grandes quantidades de comida.
10. Devo comer apenas a clara do ovo e não a gema?
A clara do ovo contém a porção protéica do ovo, já a gema é rica em gordura e carboidrato. Não há proibição em comer o ovo todo. Depende-se do tipo de dieta para saber se deve-se comer apenas a clara ou os dois. Por exemplo, em dietas com muita proteína e baixa caloria, a melhor opção realmente é comer apenas a clara do ovo. A ingestão diária de ovo somente é recomendada por períodos curtos ou como parte de dietas hiperproteicas.