Aos 8 anos de idade, Kylie Simonds foi diagnosticada com rabdomiossarcoma, um tipo raro de câncer que atinge as células responsável por formar músculos, e precisou se submeter a um intenso tratamento de quimioterapia. A gravidade da doença exigia que ela passasse horas acompanhada de um enorme suporte para a medicação. Incomodada com essa situação, ela decidiu criar uma alternativa para as crianças que viessem a ser diagnosticadas.
“Eu tinha que estar acompanhada daqueles postes de metal que carregam o medicamento, e sempre tropeçava nos fios”, disse em entrevista ao site WTNH. “Era difícil andar por aí, e eu sempre tinha que ter alguém empurrando ele para mim, porque eu me sentia fraca durante o tratamento. Eles são enormes e assustadores.”
Depois de curada, Kylie teve então a ideia de criar a i-pack, uma mochila especialmente projetada para caber a bomba de quimio, o suporte de gotejamento e a medicação. Mas com detalhes importantes: leveza, conveniência e um designer divertido – com formas de coração, animais.
“As sessões duram de 5 a 6 horas. E as crianças precisam ficar no hospital durante esse tempo”, contou. “Mas a maioria delas pode brincar, dançar e não precisa ficar presa à cama.” Com a mochila, todas essas atividades se tornam possíveis, já que é só “colocá-la nas costas e sair por aí”.
Por enquanto, a invenção é apenas um protótipo. Mas a ideia já deu tão certo que ganhou prêmios de inovação e está prestes a entrar em produção graças a um financiamento via crowdfunding, realizado no GoFundMe.
O desejo de Kylie era que alguém tivesse criado algo semelhante para ela. “Teria sido muito mais fácil e eu poderia caminhar mais facilmente. A barra me impedia de brincar”, desabafou.
Hoje, ela pensa nas 50.000 crianças americanas que recebem o tratamento. Dentre elas, o amigo Marik: “Ele usa uma prótese de perna e, por isso, precisa de muletas. Então, sempre precisa de alguém para empurrar o suporte de quimio para ele. Mas se ele tiver uma mochila como essa, só precisa vesti-la”.