A exigência de um comprovante de virgindade para mulheres aprovadas no concurso público da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE-SP) foi destacada em sites de notícias internacionais, como a versão americana da Marie Claire e os britânicos "Daily Mail" e "The De Brief".
Sob o título "Mulheres brasileiras têm que provar sua virgindade para conseguir um emprego", a Marie Claire americana afirma que "uma informação tão invasiva e irrelevante avança a linha do território ético". Os ingleses "The De Brief" e "Daily Mail" também destacaram a história com títulos semelhantes, afirmando que mulheres têm que mostrar que são virgens antes de começar a trabalhar.
O caso veio a público após uma das candidatas ao concurso de Agente de Organização Escolar, que teve 10 mil inscritos, chamar a atenção para uma das exigências às selecionadas: um exame de colposcopia, mais conhecido como Papanicolau. Para não ter que passar pelo procedimento, a candidata precisou ser analisada para comprovar que seu hímen não havia sido rompido. As candidatas com vida sexual ativa são obrigadas a fazer os exames ginecológicos intrusivos.
A polêmica chamou a atenção do Ministério Público do Estado de São Paulo, que abriu um inquérito civil para investigar a legalidade da exigência dos exames ginecológicos e também do atestado de virgindade para as candidatas aprovadas no concurso público estadual.
"A gestão pública não determina que o exame é obrigatório, mas elas devem sim apresentar um comprovante de que nunca tiveram uma relação sexual", afirma a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação. O documento pode ser fornecido por um médico pessoal da candidata. "Esse atestado é solicitado para todos os concursos públicos, não somente o da Secretaria da Educação". Ainda de acordo com a assessoria, a medida é preventiva e quem determina a lista de exames necessário para a contratação é o Departamento de Perícias Médicas do Estados de São Paulo (DPME).