Um leopardo salta alguns obstáculos, passa entre pessoas, escala uma cerca de arame e pula sobre uma mulher. Apesar do seu enorme tamanho, o bicho para no colo da voluntária Juhi Agrawal, que cuida dele desde que era um filhote, e brinca como se fosse um gato de estimação.
A cena inusitada é parte do dia a dia da Cheetah Experience, organização beneficente que resgata e cuida de animais em extinção na África do Sul. Pardus, o leopardo fêmea que aparece nas imagens, foi abandonado pela mãe quando tinha apenas algumas horas de vida.
Fundadora da instituição, a sul-africana Riana Van Nieuwenhuizen, abandonou o emprego de 22 anos no Departamento de Justiça e usou suas economias para comprar o primeiro animal, um guepardo. Então, fundou o centro, que hoje é a casa também de lobos, leões, tigres, cervos e outros bichos.
“O contato humano enriquece a vida dos bichos no cativeiro. Soltamos eles para que não fiquem em jaulas o tempo todo. Pardus ama isso”, disse ela ao diário britânico “Daily Mail”. Segundo ela, bichos criados desde o nascimento por humanos não representam risco. “É muito seguro interagir com leopardos. Não corremos nenhum risco”.
A instituição recebe voluntários do mundo todo interessados em conviver e cuidar de animais selvagens. Pardus, ela conta, foi encontrada pesando cerca de 300g – o peso normal de um leopardo ao nascer é de 500g. A criadora suspeita que a mãe a tenha abandonado por não ter leite suficiente para alimentar todos os filhotes.
“Achamos que ela não teria sobrevivido se não a tivéssemos encontrado”, diz Riana. Infelizmente, afirma, o bicho não poderá ser devolvido à natureza. “Os animais que nascem no cativeiro tem que ficar no cativeiro. Nós naõ queremos misturar genes de leopardos daqui com outros soltos na natureza”, diz.