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“Amor, quanto mais se dá, mais se tem”, diz Sophie Charlotte, a nova estrela do horário nobre

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“Gostei de me desapegar daquele estereótipo brasileiro, da carioca com cabelão”, diz Sophie, que está no ar como a Duda em "O Rebu" (Foto: Fernando Louza)

 

Sophie Charlotte tinha apenas 3 anos quando comunicou aos pais, em tom profético, que seria atriz. “Ich möchte Schauspielerin werden!” A frase foi dita assim mesmo, em alemão, porque ela nasceu em Hamburgo, cidade germânica onde também passou parte da infância, antes de a família se mudar para o Brasil. Preste atenção na escolha do substantivo “Schauspielerin”. Para os nativos, o termo vai além da definição de mulher que trabalha em artes cênicas. “Quer dizer estrela, diva. É uma palavra pouco comum no vocabulário infantil, além de ter pronúncia difícil para uma criança tão pequena: ‘cháuchipílarrin’”, explica o pai de Sophie, o cabeleireiro paraense José Mario da Silva. “Por isso acho que ela sabia muito bem o que estava dizendo, para ser tão precisa.”

A decisão precoce de ser uma estrela, tomada pela garotinha alemã que cresceu em Niterói, no Rio, tem avançado a passos promissores. Aos 25 anos, Sophie é destaque entre as atrizes da nova geração da Globo. Começou como protagonista da temporada 2007 de Malhação e agora está no ar como Duda, personagem central da novela O Rebu – thriller policial das 23h, produção com ares cinematográficos da emissora.

“Comprei meu primeiro imóvel. Acho um feito e tanto para alguém da minha idade.”

Quando as gravações terminarem, em setembro, passará uma temporada no interior pernambucano, entre Juazeiro e Petrolina, envolvida nas filmagens de Língua Seca, do cineasta Homero Olivetto, sobre um bando de motoqueiros em uma aventura no sertão. “Serei a Severina, uma espécie de Maria Bonita em cima de uma moto. O Cauã Reymond será meu Lampião”, explica a atriz, sem esconder a empolgação com a boa fase, que já tem desdobramento previsto para o próximo ano. Sim, porque Sophie voltará ao horário nobre em 2015, desta vez em Babilônia, trama das 21h de Gilberto Braga.

“É uma atriz extremamente séria, trabalhadora, estudiosa e profissional. Ela me deixa impressionado”, elogia o diretor José Luiz Villamarim, que a escalou para O Rebu. Essa lista de adjetivos casa perfeitamente com o tipo de educação que Sophie afirma ter recebido, principalmente por influência da mãe, a bióloga alemã Renate Elizabeth Charlotte Wolf.

“Gostei de me desapegar daquele estereótipo brasileiro, da carioca com cabelão”, diz Sophie, que está no ar como a Duda em "O Rebu" (Foto: Fernando Louza)

 


 

“Compreendi desde cedo a importância da organização, da disciplina e do respeito à hierarquia. Mas foi no Brasil que aprendi a improvisar e a ter jogo de cintura para lidar com o inesperado”, diz. Sophie revela que, às vezes, fica dividida entre dois métodos tão diferentes de comportamento: o brasileiro e o alemão. “Avalio a mesma situação de duas formas completamente opostas.”

Ainda que haja dualidade em seus julgamentos, Sophie é doce – não importa se quem está em cena é o pragmatismo alemão ou o jeitinho brasileiro. Ter crescido em um ambiente cheio de afeto certamente contribuiu para isso. “Meu pai foi tentar a sorte na Alemanha e lá conheceu minha mãe. Apaixonaram-se à primeira vista e casaram três meses depois, em 12 de junho, Dia dos Namorados. Estão juntos há 30 anos”, conta, sem tirar o sorriso do rosto. “Esse romantismo me impregnou. Amor, quanto mais se dá, mais se tem.”

Sophie, entretanto, nunca se apaixonou à primeira vista como os pais. Mas talvez à terceira ou quarta pelo ator Daniel de Oliveira, 37, seu atual par romântico na novela. “Nos vimos só duas vezes antes de gravar. Durante a viagem para Buenos Aires, onde fizemos as cenas iniciais, nos conhecemos melhor. Então aconteceu... Estamos juntos há três meses”, conta naquele tom típico dos enamorados, que até dá vontade de comentar: “Oin... que bonitinho!”. Mas a atriz não dá abertura para tal, vai logo pedindo para mudar o rumo da conversa. Desde o término com o ator Malvino Salvador – eles namoraram entre 2010 e 2013 –, Sophie evita falar sobre a vida amorosa.

“Ver meu cabelo caindo no chão foi ótimo! Me desapeguei do estereótipo brasileiro”
 

“Eles ficaram muito tempo juntos. É natural que a mídia  especule sobre quem eles vão namorar”, diz Ike Cruz, empresário da atriz há sete anos. “A Sophie é muito talentosa e comprometida, não precisa expor a vida pessoal. Ela entendeu que, quando se elege um casal 20, o terreno para a separação já está sendo preparado. Desta vez, ela está mais reservada, até por estar namorando há pouco tempo.” No entanto, José Mário, pai da atriz, não esconde a empolgação com Daniel. “É um cara maravilhoso! Minha filha tem o dom de atrair só pessoas boas. Sempre foi assim.”

A atriz Sophie Charlotte, cover girl da Marie Claire de agosto, nas versões de banca e para assinantes (Foto: Fernando Louza)

 

VISUAL E APÊ RETRÔ
O romance veio acompanhado por uma repaginada radical no look. Em uma tarde no Projac, sem o menor apego, Sophie prendeu o cabelo, sacou uma tesoura, e eliminou, ela mesma, o rabo de cavalo. “O primeiro passo do corte foi dela. Defini o estilo e Marcos Padilha, caracterizador da novela, fez o corte final”, diz o pai sobre o visual inspirado na atriz americana Jean Seberg no filme Acossado (1960), de Jean-Luc Godard. “Ver meu cabelo caindo no chão foi ótimo! Foi como se estivesse dando espaço para a Duda entrar na minha vida”, conta, citando sua personagem em O Rebu. “Gostei de me desapegar daquele estereótipo brasileiro, da carioca com cabelão.”

O visual pode destoar da garota de Ipanema clássica, mas Sophie curte sua rotina como qualquer menina do Rio. Adora passar manhãs estirada na praia e tomar um açaí nas casas de suco do Leblon, especialmente agora que está morando no bairro. “Acabei de comprar meu primeiro imóvel. Acho um feito e tanto para alguém da minha idade”, orgulha-se. “Não é um apê muito grande, mas está ficando do meu jeitinho. Gosto de antiguidades, então compro uma coisa aqui e outra ali em feiras. Minha avó deu o faqueiro que está na família há anos. Também tenho um metrônomo do meu avô alemão, Kurt, que era cantor lírico.”

Sophie divide o apartamento com o irmão mais novo, Ângelo, 21. Talvez influenciada por sua rotina de estudante universitário – ele cursa cinema na PUC-Rio –, a atriz sentiu vontade de ter um diploma. “Larguei o curso de artes cênicas na UniverCidade porque fazia novela. Mas frequentei três períodos. Este ano me inscrevi no Enem e tentarei voltar”, promete. “Quero fazer um curso teórico, sem sair da minha área. Talvez filosofia, história da arte ou letras.”

Na lista dos planos menos ambiciosos, está o de “dar uma secadinha” – ela tem 1,71 m e pesa 57 kg, um corpinho sílfide, com tudo no lugar. Mas quer chegar aos 55 kg. “Contratei um personal trainer para melhorar o tônus muscular. Também voltei para o balé, que fiz durante minha infância na Alemanha”, diz. “Vejo minha avó, ela vai fazer 90 anos e até dois atrás andava de bicicleta. É minha grande inspiração!” Cuidar da pele também é uma preocupação, mas nada de pirações. “Fui a várias dermatologistas, mas nunca encontrei uma que tivesse a ver comigo. Quando elas começam a falar em botox preventivo, já pulo fora.” É cada conselho absurdo que as divas promissoras são obrigadas a ouvir...


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