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Botox contra a depressão? Mulher faz o teste para saber se o aliado da beleza também combate a tristeza

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"EU ME SENTI DIMINUÍDA POR TER SENSAÇÕES MENOS INTENSAS" (Foto: Reprodução Facebook)

Em maio deste ano, o dermatologista norte-americano Eric Finzi divulgou os resultados de um estudo que, segundo ele, comprovou que pacientes deprimidos sentiram uma melhora no humor depois de receberem aplicações de Botox facial. O estudo relatou uma redução de 52% dos sintomas de depressão naqueles que receberam a injeção em comparação a 15% dos que foram mantidos com placebo salino.

Intrigada com o resultado, Taffy Brodesser-Akner, de 36 anos, que passava por uma fase de depressão moderada, decidiu investir nas injeções da toxina. De cara, ela sentiu as suas sobrancelhas pesarem. Depois de sete dias, Taffy já não conseguia mover metade do rosto. “Parecia que eu tinha recebido uma anestesia no rosto”, escreveu no site especializado em ciência Pacific Standard. “Era uma sensação equivalente a de sentir vontade de espirrar, mas não conseguir.”

Pouco a pouco, a incapacidade de franzir a testa a impedia de passar uma impressão alegre. E, com isso, a sua capacidade de empatia foi sendo alterada. Taffy começou a notar que sua família estava agindo diferente, o que desencadeou uma sensação de isolamento. Meus filhos ficavam confusos com a minha aparente falta de preocupação. Meus amigos mudaram comigo e tornaram as nossas interações pesadas e chatas.

"PARECIA QUE EU TINHA RECEBIDO UMA ANESTESIA NO ROSTO" (Foto: Reprodução Facebook)

E uma situação específica a fez refletir ainda mais sobre o processo todo. Uma amiga próxima lhe contou que estava grávida, depois de sofrer um aborto espontâneo. “Eu sabia que era uma notícia boa. Sorri. Tentei assegurar a ela que eu estava exultante, embora estivesse apenas emocionada. Eu não conseguia sentir a mesma profundidade de alegria que sentiria semanas antes da aplicação. Precisei usar as palavras mais enfáticas possíveis para transmitir o nível de satisfação que eu sentia por ela naquele momento”, relatou.

Mas apesar de algumas decepções em relação ao resultado, ela admitiu ter notado certas vantagens. “Os clientes do café onde trabalho passaram a sorrir mais para mim. Talvez porque eu parecia estar menos carente”, disse. Além disso, situações estressantes, como reunião de pais e professores, se tornaram menos irritantes, porque suas expressões faciais estavam mais leves, simpáticas.

No geral, Taffy percebeu que ela sentiu as mesmas emoções de sempre. “Eu só não me preocupava com elas. E então eu me perguntei o que isso significava. Afinal, nós somos nossos sentimentos. O resto é apenas sangue e tecido. Eu me senti diminuída por ter sensações menos intensas, o que, para mim, foi o resultado mais convincente. Nós pensamos que o oposto da depressão é exaltação, mas isso não é exatamente correto. As pessoas felizes não andam por aí em êxtase, da mesma forma como as pessoas deprimidas não andam tristes. O oposto da depressão é a ausência de depressão, e eu suponho que, nesses termos, o Botox funcionou. Eu pude experimentar a ausência de depressão. Mas ele também me tirou outros sentimentos, aqueles que precisamos para nos sentirmos completos: alegria, ciúme, frustração, triunfo”, finalizou.

 


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