A sociedade afegã está mesmo evoluindo. Como disse a atleta Shannon Galpin, que luta pelos direitos das cidadãs andarem de bike, em entrevista a Marie Claire, as mulheres têm dado grandes passos. Agora, mais uma novidade é destaque no feminismo do país. Em Cabul, a Clínica de Cirurgia Hamkar, especializada em cirurgia plástica e estética, ganha a cada dia mais destaque. Desde 2011 não só mulheres como também homens recorrem aos procedimentos disponíveis na clínica, como rinoplastia, abdominoplastia, elevação de pálpebras e mamas e lipoaspiração.
"As pessoas aqui querem estar bonitas como as de outros lugares. Estamos muito ocupados, mal conseguimos acompanhar a demanda. Algumas pessoas economizam seus salários durante meses para modificar tudo o que lhes incomoda em sua aparência fixa", explicou o Dr. Daud Nazari, um dos cirurgiões da clínica, em entrevista a Marie Claire australiana. Os custos das intervenções são baixos se comparados aos Estados Unidos e também ao Brasil: cerca de 450 dólares ( R$ 910 ) por uma plástica no nariz e 350 dólares (cerca de R$ 700) por uma no abdômen.
“Elas querem olhos grandes e narizes altos como os seus ídolos de Bollywood. É uma cultura muito complexa, mas as mulheres de todas as origens têm grande orgulho de sua aparência. Uma delas queria o nariz de Angelina Jolie”, disse Leslie Knott, cineasta que clica as pacientes da clínica desde sua inauguração, na mesma reportagem da publicação.
Durante anos, a cirurgia no Afeganistão foi focada principalmente na reparação de feridas de guerra - enxertos de pele em queimaduras e cicatrizes, costura de pontos nos dedos e orelhas, e fixação de próteses nos membros amputados. Apesar das moradoras da capital não sofrerem agressões do grupo Taliban, que condena qualquer tipo de vaidade feminina, algumas que cruzam a fronteira de risco cobrem os resultados com a burca – que, nesta questão, mostra sua utilidade.
Para Nazari, além da evolução no sistema de cirurgia do país, a Clínica de Hamkar é também um grande passo no domínio das mulheres sob o próprio corpo. "Durante muito tempo, as afegãs foram informadas sobre o que vestir, como olhar, como agir. Esta é uma maneira de expressarem sua liberdade e individualidade. "