Há um certo consenso popular de que vivemos uma época do culto ao sexo. Da nudez “involuntária” dos reality shows ao acesso cada vez mais fácil a conteúdo pornográfico, a impressão que se tem é de que estamos sempre expostos ou fazendo sexo. Mas dois pesquisadores americanos têm jogado um pouco de água fria e estatísticas nesse frisson voyeurístico.
No livro “Don’t Put That in There” (literalmente “Não Ponha Isso Naquilo”), Aaron E. Carroll e Rachel C. Vreeman afirmam que a geração constantemente plugada nos aplicativos de encontro não faz tanto sexo como se imagina. Numa pesquisa, afirmam que até 57% dos homens e 51% das mulheres americanas entre 18 e 24 anos admite já ter passado um ano sem transar e que apenas 36% deles diz ter visto um filme erótico no mesmo período.
Ao "New York Post", eles revelaram outros mitos sobre sexo que encontraram no estudo.
1. Sexo antes de jogos prejudica rendimento de atletas?
Muitos treinadores proíbem atletas de fazerem sexo na noite anterior ou até mesmo semanas antes de grandes torneiros, como a Copa e as Olimpíadas. Mas recentemente, no entanto, que além da abstinência ser ruim para os esportistas, “o que acontece com o corpo antes e depois das relações sexuais sugere que a performance do atleta pode ser até melhor após fazer sexo”.
2. Tamanho é documento?
Para os pesquisadores, há um certo exagero nas estatísticas sobre o tamanho médio dos pênis divulgadas na internet. Enquanto a maioria cita uma média entre 15 cm e 18 cm, um estudo do Instituto Kinsey com 1.661 americanos encontrou uma média de 14,2 cm. Nesses estudos, no entanto, a medição foi feita pelos próprios homens. Segundo os autores, medições mais precisas feitas por urologistas em seus pacientes resultou numa média ainda menor: entre 12 e 13 cm.
De acordo com os autores, uma relação sexual não é uma atividade extenuante –o equivalente, comparam, a subir dois lances de escada. Para além disso, os efeitos psicológicos e emocionais devem ser considerados. “Se você relaxa ou dorme bem após fazer sexto, é exatamente essa atividade que você precisa antes de uma grande decisão.”
3. Comer ostras ou outros alimentos considerados afrodisíacos vão te deixar excitado
Ostras são talvez o alimento mais citado como estimulante sexual. Do lendário Casanova aos guerreiros romanos, há relatos sobre o poder do molusco no desempenho sexual. Mas, segundo os pesquisadores, não há estudo científico que comprove que a mistura de água, carboidratos e alguns mineiras de que são compostas as ostras podem transformar homens e mulheres em máquinas sexuais.
4. Pessoas casadas se masturbam menos
É outro consenso pouco questionado o de que a maior parte das pessoas o prazer solitário logo após se casarem. Carroll e Vreeman citam um estudo segundo o qual 85% dos homens e 45% das mulheres com parceiros sexuais fixos haviam se masturbardo ao menos uma vez no último ano. O número superou a média geral de pessoas que assumem terem apelado para o autoprazer no mesmo período-60% dos homens e 40% das mulheres, incluindo casados e solteiros.
5. Cheiro de suor é broxante e repele o parceiro
Talvez seja o mandamento número 1 quando se questiona qualquer pessoa sobre os preparativos antes de uma relação sexual: um bom e perfumado banho. Mas uma pesquisa da Universidade da Califórnia afirma que o cheiro de suor pode fazer mais por você que qualquer novo desodorante do mercado.
O estudo pesquisou o efeito do suor masculino nas mulheres submetendo grupos cheirar várias essências, uma delas contendo androstenodiona, um componente do suor masculino. “As mulheres que cheiraram a androstenodiona apresentaram mudança de humor, aumento da pressão arterial, dos batimentos cardíacos e a respiração ficou mais acelerada”, dizem os autores.
6. Cortar ou não cortar?
A circuncisão é um tema controverso, que envolve questões religiosas, sociológicas e de saúde. Estudos mostram que homens circuncidados têm menos chances de contrair diversas doenças, como infecções urinárias, herpes, sífilis e até câncer. Também diminuem os riscos de transmissão de doenças e infecções às suas parceiras. Uma razão comum usada por homens que se opõe à cirurgia é de que diminuiria a sensibilidade do pênis.
Os pesquisadores afirmam que não há estudos conclusivos sobre isso, com alguns homens relatando até mesmo ter mais sensibilidade após a circuncisão. Mas no que realmente importa, os autores são categóricos: “Não há diferença entre homens circuncidados ou não-circuncidados em termos de desejo sexual, dor durante o sexo, ejaculação precoce, problemas com ereção ou com orgasmos.”
7. O ponto G existe?
A “zona altamente sensível que supostamente existe na vagina” é, para Aaron E. Carroll e Rachel C. Vreeman, um dos temas que gera mais debates entre os pesquisadores sobre sexo. Isso porque, afirmam, embora a maioria das mulheres afirme que o tal ponto existe, em pesquisas, muitas apontam diferentes regiões onde seria e algumas sequer sabem onde ele está.
A corrente de cientistas que acredita, afirma que o ponto G é uma região rica em terminações nervosas na parede da vagina entre o osso púbico e o colo do útero. Segundo os autores, no entanto, a região não tem mais estruturas nervosas que outras partes da vagina e a razão pela qual ela é considerada seu ponto de clímax varia de mulher para mulher.
8. Grandes pés e mãos significam... nada
Você já deve ter lido por aí diferentes teorias sobre como o tamanho dos pés e mãos dos homens indicam um maior ou menor tamanho do pênis. Infelizmente para os grandalhões, não há nenhuma evidência científica na comparação. Isso porque, segundo os autores, os genes que determinam o desenvolvimento de dedos, por exemplo, são diferentes dos que influem no tamanho do pênis ou do clitóris no caso da mulher.