Quantcast
Channel: Marie Claire
Viewing all articles
Browse latest Browse all 305965

Artista faz fotos tocantes sobre término de relação: "Todos nós nos apegamos ao passado, mesmo que inconscientemente"

$
0
0
"COMO NÓS DAMOS SENTIDO E SENTIMENTO A UMA PEÇA DE ROUPA?” (Foto: Carla Richmond)

Quando tudo o que resta do relacionamento é uma camiseta, a emoção desencadeada ao tocá-la chega a ser tão intensa quanto a de um contato físico, tamanha a lembrança. A prova está no projeto “Lovers Shirts” (camisas dos amantes) criado pela escritora Hanne Steen e registrado pela fotógrafa Carla Richmond. Com o intuito de abordar as sensações físicas e emocionais provocadas pelo cheiro de um ex-namorado, elas pediram para que algumas mulheres vestissem a camisa de seus ex. E o resultado foi tocante.

Depois que meu último relacionamento terminou, eu me peguei vestindo suas camisas, porque eu sentia falta dele - do cheiro, dos braços me envolvendo. E eu queria fazer um projeto que pudesse explorar profundamente este fenômeno, como uma forma de entender os meus próprios sentimentos de desejo e apego”, contou Hanne em entrevista a Marie Claire.

Por meio do trabalho, a escritora foi então esclarecendo algumas dúvidas: “Será que todas se sentiam da mesma maneira? Como nós damos sentido e sentimento a uma peça de roupa?”. As respostas vieram de algumas voluntárias, de 16 a 90 anos de idade, que foram mantidas por alguns minutos em uma sala, diante de um espelho, e confrontadas com perguntas provocativas capazes de estimular a reflexão e a tradução de seus sentimentos mais profundos.

“É UM TIPO DE LIGAÇÃO COMUM ENTRE NÓS" (Foto: Carla Richmond)

“É como a sensação de uma bandeira, eu não consigo parar de voar”, “É só um pedaço de tecido que eu transformei em uma promessa de que ele nunca me deixaria”, “É um tipo ligação comum entre nós”, “Parte de mim quer rasgá-la fora”, “Me faz me sentir mais forte do que sou”, “Enquanto eu seguro esta camisa, parece que ela nunca estará completamente fora da minha vida”, “Eu a usaria todos os dias, se pudesse”, “Mesmo que seja doloroso, precisamos nos agarrar a algo”, “É a prova de que a gente teve algo. De que passamos por isso. De que aprendemos algo. De que nossos corações foram quebrados. De que fomos amados. De que não fomos amados o suficiente”, desabafaram as entrevistadas assim que se viram vestindo a peça.

Segundo Hanne, a experiência foi extremamente íntima, e a entrega das personagens provou que o desejo de sentir e compartilhar essas sensações é forte, mas são raras as oportunidades que temos para externá-las sem julgamentos.

“EU A USARIA TODOS OS DIAS, SE PUDESSE” (Foto: Carla Richmond)

“Muitas vezes, depois de um término, nos deparamos com comentários do tipo ‘você só precisa deixá-lo partir’ ou ‘você merece mais do que isso’ ou ainda ‘não era pra ser’. São tantos clichês que não fazem justiça à complexidade da experiência humana de amar e perder. E nós achamos que há muito valor em compartilhar isso com os outros, porque nos faz lembrar que somos, no fundo, todos iguais. Estamos unidos pelos mesmos impulsos. Todos nós ansiamos amar e ser amados, lutamos com a intimidade e verdade e nos apegamos ao passado, mesmo que inconscientemente. Assim como todos somos incrivelmente resistentes. A capacidade de amar, apesar da chance da perda e da dor profunda, faz parte da nossa essência como seres humanos”, disse a artista.

À princípio, foram fotografadas 20 pessoas. Todas as imagens foram divulgadas no site que Hanne e Carla criaram para o projeto. Mas a ideia é seguir fotografando o maior número de mulheres e também de homens possível. “Não há ninguém cuja história de amor não queremos ouvir”, finalizou a escritora.

“É A PROVA DE QUE A GENTE TEVE ALGO" (Foto: Carla Richmond)

 

 


Viewing all articles
Browse latest Browse all 305965