A média de comissão ganhada pelas mulheres que trabalham em vendas de lojas nos Estados Unidos é de R$ 24,23 por hora, enquanto os homens recebem aproximadamente R$ 32,62 pelo mesmo período. Estes dados foram apontados por uma pesquisa do instituto Demos - focado na desigualdade de renda, após analisar a profissão que é uma das que mais gera empregos e emprega as mulheres no país.
A diferença de remuneração no setor de varejo constatada pelo estudo é de quase R$ 92 bilhões. Se colocado de outra maneira, isso significa que as mulheres teriam que trabalhar 103 dias extras para receber o mesmo valor que seus colegas homens. Esse é o dobro da média apontada para outros tipos de empregos - em que as mulheres precisam trabalhar 59 dias a mais.
"É realmente impressionante, porque é a ocupação mais comum no país agora", disse a analista sênior e autora do estudo Amy Traub, em entrevista ao site Huffington Post, explicando o motivo de o dado ser tão preocupante.
A diretora do Institute for Women's Policy Research (Instituto de Pesquisa de Políticas da Mulher), Ariane Hegewisch, também se pronunciou sobre a divulgação do estudo. O que acontece, segundo ela, é que existe uma segregação ocupacional em que os homens são colocados para fazer 'trabalhos masculinos', como vendedores de carros e eletrodomésticos, enquanto as mulheres são encarregadas de outras funções. "Se você vende uma TV, você tem uma comissão muito maior do que se vender uma camiseta", ela explica.
A pesquisa aponta ainda que mais de um milhão destas mulheres vivem abaixo ou no limite da pobreza, já que mais da metade delas recebem menos R$ 27,33 de comissão por hora. O horário de trabalho também acaba sendo maior do que o ideal, que seria 40 horas semanais.