Valéria Monteiro se tornou um símbolo para as mulheres quando foi eleita para assumir a bancada do Jornal Nacional em 1993. Era a primeira vez que o “boa noite” era dito por uma voz feminina. No entanto, a jornalista, que está de volta à TV 16 anos depois, agora como apresentadora do programa “O Show da Vida É Fantástico”, no canal a cabo Viva, faz questão de dizer que essa não foi sua única conquista: “Tive muita força nessa história das âncoras terem um figurinista, um maquiador e um cabeleireiro. A redação achava que era futilidade, mas quando íamos para o ar com o cabelo que caía no rosto, por exemplo, a diretoria nos chamava para reclamar. Ou seja, essa 'produção' era importante sim”, disse em entrevista para Marie Claire.
Antes disso, porém, Valéria foi obrigada a passar a tesoura nos longos fios lisos: “logo que cheguei na emissora, pediram para eu cortar. Disse “pelo amor de Deus, gente, cabelo curto vai dar muito mais trabalho. Eu posso prender, se quiserem”. Mas fizeram força e acabei cedendo”, relembra. “O pior é que depois ainda fiz um suporte, o que deixou ainda mais volumoso. Eu parecia um carneirinho. Ainda bem que era anos 80 e o mullet estava na moda”, diverte-se Valéria.
A jornalista de 49 anos acredita, porém, que a obrigatoriedade de cortar o cabelo não estava ligada ao fato de que, naquela época, as mulheres precisavam ficar mais próximas da estética masculina: “acho que era para não dar trabalho mesmo. Era uma forma de controlar o estilo de todas nós, já que não tínhamos como ir ao cabeleireiro todos os dias”.