No auge da crise financeira na Europa, em 2009, a inglesa Tania Payne, 35, largou emprego, amigos e família para viver uma aventura: rodar o mundo em dois anos. Ela passou por quatro continentes e quase 30 países para encontrar sua verdadeira vocação na vida.
“Minha mãe ficou horrorizada. Pensou que estava fugindo dos meus problemas e me alertou que na volta, talvez, ela não estaria mais viva”, contou para a Marie Claire. Mas o apelo não funcionou, pois Tania partiu rumo a uma nova jornada, toda registrada em fotos.
"[Na Guatemala], vimos o eclipse lunar do topo de uma montanha com vista para um lago e três vulcões. Cada um deles teve erupção pequena quase todas as manhãs", relembrou. Além do país da América Central, a inglesa visitou Moçambique, Vietnã, Austrália, Colômbia, entre outras nações ao lado do namorado, que lhe apoiou desde o início. O Brasil não foi incluído no roteiro.
Mas a ex-gerente de marketing queria uma experiência que ultrapassasse os passeios turístcos. Por isso, arregaçou as mangas e se engajou em trabalhos sociais.
“Nós participamos de dois projetos de voluntariado em Nairobi, no Quênia, e em Phnom Penh, no Camboja”, contou. "Trabalhamos em organizações que visam evitar a desapropriação de moradores que vivem em assentamentos e que dão assistência para que consigam usufruir de serviços básicos, como água e eletricidade", disse.
Seu pai, um viajante profissional por conta do trabalho, foi quem lhe sugeriu ajudar aos mais necessitados. “Ele ficou animado por eu ver o mundo e me deu todos os contatos para que eu pudesse falar com as pessoas e me voluntariar.”
Foi no México, no entanto, que Tania vivenciou um dos momentos mais marcantes da viagem pelo mundo. "Passei seis meses lecionando inglês. Nunca havia feito isso. Não tinha experiência ou qualificações, mas amei. Foi um jeito incrível de conhecer a cidade e as pessoas", afirmou.
O plano era ficar no país inicialmente por apenas duas semanas. "Mas nos apaixonamos. Ainda sou muito próxima de amigos que fiz por lá. Sem esta experiência, não seria capaz de fazer o que faço agora."
A partir de então, a jovem professora descobriu na profissão a realização que procurara. “Agora não tenho mais medo”, declarou.
Ao fim da longa viagem de dois anos, o casal voltou para a Inglaterra e, em seu próprio país, ela continuou com o ensino de idioma para estrangeiros.
“Tenho muita sorte de o inglês ser minha língua nativa e que muitas pessoas querem ou precisam falar este idioma. Agora acredito que, independentemente do que aconteça, tenho um lugar para ir e um ofício. O único limite é minha imaginação. Descobri que posso motivar a mim mesma. Agora tenho uma nova carreira para colocar no meu currículo. Tenho que começar do início. Talvez antes isto me assustaria, mas agora me anima", concluiu.