Depois de fazer compras na luxuosa Saks, em Nova York, a australiana radicada nos Estados Unidos Stephanie Wilson, 28, encontrou uma carta com um pedido de socorro em uma de suas sacolas enquanto procurava por um recibo. A história aconteceu em 2012, mas somente agora o autor da mensagem pôde ser identificado.
"Nós somos maltratados e trabalhamos como escravos por 13 horas por dia, produzindo estas sacolas na fábrica da prisão", escreveu o homem que estava encarcerado na China.
Impressionada com o que lera, a jovem procurou organizações que combatem o trabalho escravo nos EUA em uma tentativa de ajudar.
"Eu li a carta e balancei. Eu não conseguia acreditar no que estava lendo", afirmou para o site "The Huffington Post".
A fundação sem fins lucrativos que luta contra o trabalho escravo Laogai Research Foundation foi prourada pela australiana, mas não conseguiu identificá-lo. No entanto, o site DNAInfo encontrou seu email e falou com ele há poucas semanas. Njong, 34, era professor de inglês na China, quando foi acusado de fraude e preso em 2011 por um crime no qual diz ser inocente.
Nem sua família ou amigos souberam de seu paradeiro até o dia em que foi libertado, em dezembro de 2013, quando voltou para a cidade onde morava. Devido à dificuldades de encontrar trabalho em seu país, Njong se mudou para Dubai, onde vive atualmente.
"Eu nunca pensei nas pessoas que faziam as sacolas de compras ou outros produtos como pacotes, ou a comida que compro, ou a caneta que escrevo ou o garfo de plástico com o qual como todos os dias", afirmou Wilson.
A australiana desde então começou a trabalhar em uma ONG que luta pelos direitos do trabalhadores pelo mundo.
A embaixada da China nos Estados Unidos não se pronunciou.