O nervosismo que tomava conta de Camilla Camargo em suas primeiras apresentações, quando começou no teatro, quase a fizeram desistir da carreira de atriz. Mas a maturidade e o constante interesse pelos palcos a levaram de volta para o caminho que começou a trilhar cedo, aos oito anos. Dezesseis peças e uma novela depois, Camilla deixou de ser reconhecida apenas pelo sobrenome famoso: filha de Zezé, da dupla da Zezé di Camargo & Luciano, e irmã da cantora Wanessa, ela agora faz parte do grupo de jovens artistas talentosos que se destacaram durante a segunda fase da novela global das nove, "Em Família".
Prestes a embarcar para Salvador, onde ficará por um mês gravando o filme "Travessia", Camilla falou com exclusividade para Marie Claire sobre a mudança de visual para viver a personagem Marina, os boatos sobre o relacionamento com o ator Caio Castro, seu par romântico no longa, e os próximos planos para a vida pessoal e profissional!
Marie Claire: Quando decidiu que seria atriz?
Camilla Camargo: Sempre gostei de atuar, era a protagonista de todas as apresentações do colégio. Com oito anos pedi para os meus pais me colocarem em uma escola de teatro, mas como ficava muito nervosa durante as peças, desisti. Só voltei mesmo a pegar firme na época da faculdade. Cursava Rádio e TV e o teatro me ajudava. Aí, em 2005, decidi participar de uma audição de um musical do Wolf Maia, chamado “O musical dos musicais”, só para ver como funcionava. Passei! E foi aí que eu me apaixonei mesmo, percebi que não tinha jeito e que era isso mesmo que queria para minha vida.
M.C.: E daí para chegar até a sua participação na novela “Em Família”?
C.C.: Já tinha um cadastro lá na Globo e fui chamada para participar do teste. Rolou em duas fases e tinha muita gente. Eu ainda não sabia que era para fazer o papel da Ana. Adorei participar e fiquei mais feliz ainda quando soube que tinha passado.
M.C.: Ter uma família famosa ajudou na hora de conseguir os trabalhos?
C.C.: Desde o meu primeiro trabalho até hoje, a cobrança sempre foi grande pelo fato de eu vir de uma família de artistas. Essa pressão, na verdade, sempre me ajudou a me dedicar mais para a profissão. Levo isso para o lado bom. Acabo me esforçando mais, estudando mais.
M.C.: Atrapalhou em algum momento?
C.C.: Ter pai, tio e irmã famosos me fez adiar um pouco a decisão de ser atriz, porque os via expostos o tempo todo e quando era mais nova prezava muito pela minha liberdade. Hoje lido com isso de forma natural, sei que há os prós e os contras de ser uma pessoa pública. O assédio não me incomoda, tanto as críticas sobre o meu trabalho como a exposição da minha vida mesmo. Eu levo muito na boa. Quando leio algo que não é verdade, é especulação, simplesmente descarto.
M.C.: Você acabou de mudar o cabelo. Gostou?
C.C.: Na hora que vi, me assustei! Não usava franja e fios tão curtos desde os 4 anos. Só não fiquei mal, digamos assim, porque é uma mudança para um que vai ser muito importante pra mim. Além disso, o cabelo foi doado para as crianças com câncer da Cabelegria. Pode parecer um ato pequeno, mas as pessoas não tem ideia de como é bonito ver a alegria daquelas criancinhas recebendo uma peruca. Fiquei muito emocionada de ver as fotos. E é bom mudar!
M.C.: A mudança é para o filme “Travessia”. Como será sua personagem no longa?
C.C.: A Marina será uma menina de classe média alta, que acaba todo o universo de sexo e drogas em um relacionamento. Ela será superapaixonada pelo personagem do Caio Castro e acaba entrando nesse mundo por causa dele. Será uma mulher completamente entregue nesta relação.
M.C.: A Marina é parecida com você neste sentido?
C.C.: Não, na verdade sou uma pessoa difícil de se apaixonar, de se envolver. Tenho 28 anos e só dois relacionamentos sérios. Acho que isso acontece porque há muito tempo minha dedicação é toda para o trabalho. Não quer dizer que estou fechada para isso, só não estou focada. Estou solteira há uns três anos. A partir do momento que estiver com alguém bacana, não tem porque esconder.
M.C.: Já rolaram muitos boatos de que você estava envolvida com colegas como Fabio Assunção e agora Caio Castro. Você afirmou em algumas entrevistas que isso te chateia muito. Ainda está aprendendo a lidar com essas situações?
C.C: Não tem com não se incomodar quando você vê seu nome envolvido em uma história que não tem fundamento. Ás vezes a gente tem que se privar de sair, de ter amizade com alguém, para evitar esses boatos. No caso do Caio, foi maldade, a pessoa que fez a foto viu que tinha mais gente, estávamos saindo da gravação do Saltibum [quadro do programa do Luciano Huck].Mas sei que é o tipo da coisa que vai acontecer, não tem jeito.
M.C.: Tenta proteger a sua intimidade de alguma forma?
C.C.: Sou muito sincera e confesso que desde nova era muito aberta, ingênua, confiava demais em todo mundo. Com o tempo aprendi a me proteger mais, foi uma lição da vida pessoal que levei para a profissão. O fato de eu ser caseira já ajuda a diminuir a exposição. Ao mesmo tempo, não sou bitolada, não fico pensando na hora que vou postar no Instagram ou no Facebook se aquilo vai gerar alguma coisa, por exemplo.