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Pesquisa que indica apoio a ataques a mulheres está errada, diz IPEA

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A PESQUISA RECÉM-PUBLICADA TEM DADOS ESTARRECEDORES (Foto: Getty Images)

O Ipea divulgou nesta sexta-feira (4) uma nota reconhecendo que houve erro na divulgação dos números da pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres”. Segundo o Ipea, por uma troca nos gráficos, o resultado divulgado que dizia que 65% das pessoas concordavam com a frase "mulheres que usam roupas curtas merecem ser atacadas" estava incorreto. Os percentuais corretos seriam: 26% das pessoas concordam com a afirmação e 70% discordam.

O instituto pediu desculpas. "Com a inversão de resultados entre as duas questões, relatamos equivocadamente, na semana passada, resultados extremos para a concordância com a segunda frase, que, justamente por seu valor inesperado, recebeu maior destaque nos meios de comunicação e motivou amplas manifestações e debates na sociedade ao longo dos últimos dias", diz o texto da nota.

Veja abaixo os gráficos corretos das duas frases que mais causaram polêmica quando divulgadas na semana passada:

Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar (Em %)

GRÁFICO 1 (Foto: Divulgação)

 

 

Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas (Em %)

GRÁFICO 2 (Foto: Divulgação)

 

CONSEQUÊNCIAS
O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Rafael Guerreiro Osório, pediu exoneração assim que o erro foi constatado
, informou o instituto. Ainda por meio da nota, o Ipea divulgou outras correções do resultado. Em relação à resposta de que "o que acontece com o casal não interessa aos outros", o resultado correto seria de que 13,1% discordam e 47,2% concordam totalmente.

Sobre a sentença de que "em briga de marido e colher não se mete a colher", 11,1% discordam e 58,4% concordam totalmente. "As conclusões gerais da pesquisa continuam válidas, ensejando o aprofundamento das reflexões e debates da sociedade sobre seus preconceitos", informou a nota.

Apesar do erro, o Ipea afirma que as conclusões gerais da pesquisa "continuam válidas". "Pedimos desculpas novamente pelos transtornos causados e registramos nossa solidariedade a todos os que se sensibilizaram contra a violência e o preconceito e em defesa da liberdade e da segurança das mulheres", afirmou.

Segundo o Ipea, a pesquisa ouviu 3.810 pessoas entre maio e junho do ano passado em 212 cidades. Do total de entrevistados, 66,5% são mulheres.


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