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Marie Claire testou: "Fiz naked yoga em uma sala repleta de desconhecidos"

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Monika Werner e Joschi Schwarz, donos do estúdio de ioga no bairro do Chelsea. Eles são alemães e Joschi já foi instrutor de Tyra Banks e Emma Stone (Foto: LARISSA GOMES PARA MARIE CLAIRE)

Em Nova York é possível encontrar de tudo. Morando há dois anos aqui percebi o quanto esta expressão não é um exagero. O último exemplo? A moda do momento agora é... Fazer ioga pelado. Trata-se de um passo além da hot ioga, versão na qual os movimentos são feitos dentro de uma sauna com temperatura de quase 40º. Mas praticar um exercício sem roupa, diante de estranhos, não é para qualquer um. A pedido de Marie Claire fiz o teste e conto como foi:

O estúdio Bold & Naked Yoga fica no quinto andar de um prédio no bairro do Chelsea, em Manhattan. Confesso que fiquei muito tensa antes da aula. Se você procurar imagens no Google para a expressão naked yoga (ioga nua) talvez se assuste com o que vai aparecer. É fácil começar a imaginar que um desconhecido, sentado ali ao lado, poderá ver partes do seu corpo que talvez nem o seu namorado tenha enxergado direito ainda.

Ao chegar no lugar imediatamente você é obrigado a seguir as orientações para participar. Tirei os sapatos como pedia o sinal na porta. Os instrutores - Monika Werner e Joschi Schwarz - já estavam ali à espera dos alunos. Os dois são super simpáticos e bastante amistosos com os iniciantes. Cumprimentam todo mundo, perguntam se estamos nervosos. Esse diálogo é ótimo para espantar a sensação de "estou nu com um monte de gente que não conheço" que imediatamente surge na sua mente antes de começar o exercício.

Todas as poses são feitas normalmente, como mostram os instrutores (Foto: LARISSA GOMES PARA MARIE CLAIRE)

COMO É FAZER A AULA
Não vou mentir: na hora que entrei na sala corri e coloquei meu tapete de ioga bem no fundo, em um canto. Seria demais para minha primeira experiência pegar um lugar na frente, onde todos teriam acesso ao meu derrière desnudo. E olha que coincidência, tinha um brasileiro na aula! Só que ele ficou exatamente no outro canto, longe de mim.

Todos tiram a roupa dentro da sala de ioga mesmo. Eu estava ali diante dos alunos e da professora, precisando ficar nua em 1 minuto. Fiz tudo sem pensar muito mais no assunto e corri para o meu tapete. O melhor: a aula é feita sob luz baixa. Isso ajuda muito os novatos neuróticos como eu e perder a vergonha e deixa o ambiente mais gostoso para a prática.

Fiquei no fundo da sala, mas com tantos movimentos, a turma mudou de lado e acabei na linha de frente (Foto: LARISSA GOMES PARA MARIE CLAIRE)

E lá vai pose do gato, do cachorro, do peixe, todos os animais... Pose do triângulo, do guerreiro, da árvore... A aula segue o estilo Vinyasa, o mais popular tipo de ioga. E, acredite, depois que tudo começou, o nervosismo desapareceu. Não tem porque ficar olhando para detalhes do colega ao lado sendo que a concentração te leva a buscar seu próprio equilíbrio e bem estar. Esse desprendimento acontece naturalmente.

Ainda bem, até porque a professora deu um truque e no torce-destorce das poses acabou virando a turma toda para o lado contrário. E eu de última passei a estar na linha de frente.

A plaquinha orienta: tire os sapatos; ao lado, o armário para guardar as roupas. O estúdio de ioga é simples e fica ao lado de um restaurante (Foto: LARISSA GOMES PARA MARIE CLAIRE)

PELADO, PELADO
Quer saber? Praticar ioga nua foi, sem dúvida, uma das experiências mais libertadoras da minha vida. Primeiro porque o fato de que não usar nada nos deixa muito mais soltos para fazer todas as posições. E, o mais importante: durante a aula você realmente se conecta com o seu próprio corpo e percebe o quanto roupas são apenas máscaras. Nas poucas vezes que olhei para meus colegas (pois fazer a aula em inglês é mais complicado) pude perceber a diversidade dos corpos femininos e masculinos que estavam ali. E esta é a beleza da estética, a diferença.

Como disse a professora Monika, em uma breve conversa comigo antes da aula, a naked yoga é uma forma de sentir confortável em sua própria pele e criar mais confiança em seu corpo. “Trata-se de saber, aceitar e amar a si mesmo”, ela comentou. Eu sei que o papo é um pouco conversa de hippie, mas não o desconsidere por isso. Se pensarmos que, atualmente, fica cada vez mais difícil passa incólume pelos padrões de beleza da moda ou das academias, há algo de libertador em exibir o próprio corpo do jeitinho que ele é. Claro que uma aula é pouco para mudar por completo, mas já foi uma conquista me sentir livre e, o melhor, sem julgar mentalmente nenhuma das pessoas que estavam ao meu redor.


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