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Igualdade de gênero no ambiente corporativo: “não adianta ter presença, tem que ter voz”

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Igualdade é um dos valores mais cultivados na Salesforce (Foto: Getty Images)

 

Alguns anos atrás, uma homenagem a um grupo de profissionais de destaque em vendas em um evento corporativo mudaria a trajetória profissional de Karina Lima. “Todos os líderes foram chamados ao palco. Todos excelentes profissionais. Todos homens”, recorda Karina. “Me chamou atenção perceber que admirava todos, mas não me via representada. Saí daquele evento determinada a montar um plano de carreira para ser a primeira representante feminina dentre os líderes comerciais da organização no país.”

O plano começou a se tornar realidade em 2018, três anos depois que Karina ingressou na Salesforce, com sua promoção para Emerging Sales Director.  Desde então, Karina acumula uma trajetória de alta performance, sem perder o olhar para as pessoas e hoje é vice-presidente regional de vendas da Salesforce, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Reconhecida internamente na empresa com o Chairman's Club, em um grupo com apenas 12 representantes femininas no mundo, assumiu um novo compromisso de colaborar para que mais mulheres desenvolvam suas carreiras em tecnologia e liderança, contribuindo para um ambiente profissional mais inclusivo, diverso e igual em oportunidades.

Vice-presidente regional de vendas da Salesforce (Foto: Divulgação)

 

Alcançar a equidade de gênero é uma das principais políticas de gestão e estratégias de negócio da Salesforce. Tendo a igualdade como um de seus mais valores mais cultivados, a equidade de gênero está dentro da trajetória para criar um ambiente corporativo verdadeiramente diverso e inclusivo, servindo de exemplo para empresas de todo o mundo.

De acordo com o relatório de igualdade mais recente, um terço da força de trabalho global da Salesforce é formada por mulheres, sendo 23,7% dos cargos de liderança ocupados por mulheres. Os números estão em constante evolução. Em 2018, mulheres ocupavam 31,6% dos cargos em geral e 22,3% das posições de liderança.

“As empresas são plataformas para a mudança na sociedade. Muitas pessoas acreditam que alguns temas não fazem parte do ambiente corporativo, mas nós acreditamos que a empresa deve refletir a diversidade na sociedade e deve liderar o debate de assuntos”, afirma Fabio Costa, general manager da Salesforce no Brasil.

Fabio Costa, general manager da Salesforce no Brasil  (Foto: Divulgação)

 

Termo bastante enfatizado nos grupos de igualdade da Salesforce, a figura do aliado é chave na estratégia da empresa para promover a diversidade com verdadeira inclusão no universo corporativo. Aliados são integrantes dos grupos majoritários sociais, ou seja, homens, pessoas brancas, heterossexuais, cisgênero, pessoas sem deficiência.

Quem ocupa cargos de liderança também é estimulado constantemente a refletir sobre seu lugar social de privilégios e a utilizar esse poder de maneira ativa e empática para buscar ampliar a diversidade e reduzir as desigualdades na empresa.

Costa afirma que sempre foi estimulado na carreira a pensar nas questões de diversidade e inclusão, mas foi na Salesforce onde testemunhou uma realidade corporativa genuinamente empenhada em dar a devida e importância e dimensão para o assunto. “Aprendi a relevância para os diversos grupos de igualdade que temos aqui do sentimento de inclusão.

Para uma inclusão genuína, é fundamental que pessoas externas à causa – por exemplo, homens no grupo de mulheres ou heterossexuais no grupo LGBTQI+ – tornem-se aliados. “Os aliados fomentam a inclusão e dão o exemplo para a comunidade de que igualdade de gênero não é um assunto de mulheres, ou diversidade não é um assunto só das minorias, mas sim de toda a sociedade”, diz o executivo.

Lucimary Henrique, vice-presidente regional da Ignite LATAM, divisão de consultoria da Salesforce, é uma das lideranças que inspiram e militam pela equidade de gênero dentro e fora da empresa. Jovem e dona de uma beleza considerada padrão na sociedade, a profissional teve sua competência posta em dúvida por seus pares e superiores diversas vezes nas empresas pelas quais passou antes de se juntar à Salesforce. “Sempre fui uma exceção nos ambientes profissionais em que atuei, nos segmentos de consultoria e tecnologia. São ambientes muito masculinos”, relata.

Lucimary Henrique, vice-presidente regional da Ignite LATAM,  divisão de consultoria da Salesforce (Foto: Divulgação)

 

A lista de constrangimentos e casos de machismo, infelizmente, é longa na trajetória de Lucimary. “Princesinha, aqui não é o mar da Caribe”, teria ‘advertido’ o principal executivo de uma empresa de manufatura enquanto Lucimary visitava uma das unidades da companhia.

Em muitas empresas e setores, talento e competência não são suficientes para que mulheres e outras minorias sejam notadas e reconhecidas na carreira. Pela experiência de Lucimary, integrar um ambiente orientado à inclusão e com a presença de aliados é fundamental. A executiva destaca que políticas de RH para ampliar a representatividade de minorias são importantes, mas não são suficientes. “Não adianta ter presença, tem que ter voz. Na Salesforce também temos voz e muitos aliados”, diz.

Estimular homens e outros grupos de poder a se tornarem aliados alimenta a consciência sobre as diferenças que a sociedade precisa combater ativamente.

Eduardo Campos de Oliveira, vice-presidente de Engenharia de Soluções, se considera muito mais atento ao tema desde que se juntou à Salesforce. Ampliar a presença de mulheres na sua área é seu foco. “Quando entrei, em 2017, na área de Engenharia de soluções, só tinha 11% de talentos femininos na área. Hoje, estamos com uns 35%, mais ou menos. A meta é chegar a 50%”, diz.

Eduardo Campos de Oliveira, vice-presidente de Engenharia de Soluções da Salesforce no Brasil (Foto: Divulgação)

 

Esse trabalho deve começar no processo seletivo, na visão do executivo. “Há um preconceito ainda, algumas pessoas dizem que é difícil encontrar candidatas, mas isso não é verdade. Sempre é possível partir de um processo seletivo equilibrado para encontrar os melhores talentos.”

Ao participar de grupos de igualdade na empresa e ouvir sobre a experiência das outras pessoas, Eduardo foi se tornando cada vez mais vigilante. “Quando lidero uma reunião, por exemplo, e acontece de uma mulher ser interrompida, eu chamo atenção, ‘desculpe pela interrupção, pode completar, por favor’. Passei a ficar atento a esses sinais e procuro chamar atenção de todos também, para mudarmos esses padrões.”

Cultura do aliado

A empresa cultiva e propaga interna e externamente as 4 melhores práticas do aliado:

Pergunte aos outros sobre suas experiências e compartilhe as suas.
Ouça com empatia e procure compreender diferentes perspectivas.
Compareça, mostrando estar engajado e comprometido.
• Fale como um defensor e pregue a sua aliança entre os outros.

Essas e outras práticas e estratégias são aprofundadas na trilha de aprendizagem Estratégias do aliado da igualdade, da Salesforce, disponível também para o público externo.


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