A cidade de Nova York lançou uma campanha em bibliotecas, livrarias, centros culturais e até mesmo no metrô para incentivar a leitura, e abriu uma votação para descobrir qual livro as pessoas deveriam ler. O vencedor foi "Americanah", da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.
Campeã de vendas com o romance que conta a história de uma imigrante que chega à América na era Obama, a escritora teve um trecho de sua obra citado na música "Flawless", de Beyoncé. E, assim, ganhou fama mundialmente.
"Nós ensinamos meninas a se encolher, a se diminuir. Nós dizemos a elas: 'você pode ter ambição, mas não demais'. 'Você pode desejar ter sucesso, mas não em demasia, senão ameaçará o homem'", diz o trecho no hit da cantora.
Em entrevista ao programa "Milênio", da Globo News, Chimamanda falou como se descobriu negra ao chegar nos EUA, país que sofre muito com o racismo.
"Na Nigéria não me identificava como negra, porque não precisava. O país é majoritariamente negro. Temos etnias, religiões e classes como aspectos que identificam e dividem, mas não raça. Quando vim para os EUA percebi que para muita gente eu era negra. Mas esse não era o problema. O problema foi perceber que ser negra significava algo negativo".
A escritora também falou sobre a questão racial e sobre feminismo em uma outra entrevista recente a um veículo brasileiro: na Marie Claire
"Somos todos iguais. Não acredito que o gênero influencie nossas habilidades. Desde criança, não encontrava sentido em algumas coisas que as mulheres tinham ou não permissão de fazer. Por isso, não consigo dizer exatamente quando me tornei feminista. Acredito que, quanto mais envelhecemos, mais sentimos como o gênero determina nossas experiências, e o sexismo é algo que me deixa muito brava."