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Por onde andam? Blog resgata musas da pornochanchada e mostra o que aconteceu com elas

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Zilda Mayo é uma das cinco homenageadas da série (Foto: Zilda Mayo/Arquivo Pessoal)

Elas foram musas da pornochanchada na década de 1970, fizeram parte do imaginário de muitos homens e levaram milhares ao cinema para assistir a seus filmes. Hoje, a maior parte está esquecida. Foi pelo interesse nessas mulheres que Rafael Spaca, radialista e autor do blog Os Curtos Filmes, desenvolveu uma pesquisa sobre a Boca do Lixo que, entre 1960 e 1980, reuniu um dos mais importantes polos de produção cinematográfica do país. “Buscava um outro olhar para elas e esse distanciamento histórico favorece isso”, explica. “No calor da hora, todos criticam e julgam. Depois, conseguem reconhecer o valor e a importância. A ‘Boca do Lixo’ foi a única indústria de cinema no Brasil daquele momento. Eles tiravam o dinheiro do próprio bolso”.

Nicole Puzzi foi uma das grandes estrelas da pornochanchada (Foto: Nicole Puzzi/Arquivo Pessoal)

 

Para Rafael, essas atrizes foram muito estigmatizadas. “As mulheres sempre foram coadjuvantes no cinema. A Boca do Lixo transformou essa realidade. A partir do momento em que se começou a produzir pornochanchada, elas passaram a ter maiores cachês e seus rostos estampados nos cartazes. Daí pra frente, as boas atrizes começaram a ser reconhecidas”, diz o radialista.

Nicole em foto de teste para o filme "Possuídas pelo Pecado", À direita, ao lado de Tarcísio Meira (Foto: Nicole Puzzi/Arquivo Pessoal)

Nicole Puzzi, um dos grandes destaques da pornochanchada, foi uma das atrizes que topou contar sua história na série “5 Estrelas da Boca”. Eni Helena Novakoski, outra homenageada do projeto, contou que falta de atuar. "Hoje sinto muita falta da minha carreira e triste pelo passado que não soube aproveitar devido a minha imaturidade", diz Eni, que hoje é professora de inglês e mora no Paraná. Ela acredita que a repercussão da série na internet possa trazer novas oportunidades de voltar a atuar. “Achavam que elas eram apenas bonitas e gostosas e não eram talentosas. Mas elas são, sim, grandes atrizes. Por que não chamá-las para atuar novamente?”, diz Rafael.

Eni Novani no filme "As Depravadas", À direita, no longa "Incesto", Noelle Pine com o ator Roberto Miranda (Foto: Eni Novani/Arquivo Pessoal e Noelle Pine/Arquivo Pessoal)

 

Segundo ele, a maioria caiu no esquecimento porque não se preparou para o futuro. “Elas sofreram muito preconceito. No entanto, a pornochanchada tinha, sim, um roteiro e muitas delas foram indicadas a prêmios de tão talentosas. Vera Fisher, Christiane Torloni também fizeram parte desse cinema, mas conseguiram seguir adiante, outras não. Quero trazê-las de volta”.


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